Escrevo no dia do teu enterro, numa manhã cinzenta, chuvosa e triste.
A morte veio ao teu encontro num lugar que tu gostavas: em casa junto dos teus que tu tanto amavas.
Já não te chamo mais “Velho” como eu costumava dizer e tu retribuías com aquela modéstia franca e de nobre carácter que era teu apanágio no contacto com todos os teus amigos e também clientes da tua nobre profissão de “Seguros”.
Para a recordação ficaram tempos de convívio, de belos banhos de mar, da tradicional “futebolada” na areia da Foz, no teu “Phoz Plage” que tu também amavas.
Estou a escrever para não gritar que uma morte pode ser também um pouco a morte dos outros, daqueles que ficam.
Para ti Zé, e parafraseando um poeta português, “Eu estava bom para morrer nesse dia, pois não tinha fome, nem sede, nem alarme, nem agonia”.
Teu amigo
António Júlio Pereira


































