Alcoolismo, uma preocupação…

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Gazeta das Caldas

O consumo excessivo de álcool é uma ameaça à saúde pública mundial segundo a Organização Mundial de Saúde. Um quarto dos jovens europeus dos 15-29 anos morre devido ao álcool em excesso. Numa lista de 34 países da Europa, Portugal surge no nono lugar no que se refere à média anual de consumo de álcool puro per capita, com 13,43 litros, segundo o relatório “Álcool na UE”, da OMS. Portugal é uma dos países de maior consumo mundial. Cada vez mais assiste-se ao início do consumo de álcool em idades muito precoces (13 anos).
O consumo tipo «binge drinking» (mais conhecido por bebedeira), constitui um padrão de consumo com consequências muito graves, em que para além do risco de acidente de viação, existe também o risco de violência (homicídios, roubos, violência sexual), de queda, de sexo não seguro e sabe-se que as células cerebrais podem ficar danificadas para sempre afetando a memória e a concentração.
De acordo com a nova lei do álcool, que entrou em vigor a partir de 1 de maio de 2015,  o consumo e a venda de bebidas alcoólicas deverão ser proibidas a menores de 18 anos. As restrições da venda álcool a menores de idade, abrange apenas as bebidas de elevado teor de álcool e as bebidas espirituosas. O consumo de vinho e cervejas continua a não ser proibidas a jovens a partir dos 16 anos.
A nova legislação alarga ainda a proibição de venda a postos de combustível e a “qualquer estabelecimento”, entre as 0h00 e as 8h00, com exceção dos estabelecimentos de restauração e/ou bebidas e dos estabelecimentos de diversão noturna.
O decreto de lei publicado prevê ainda uma maior intervenção local da ASAE, PSP e GNR que poderão determinar “o encerramento imediato e provisório do estabelecimento”. Estão ainda previstas sanções acessórias que passam pela “interdição, até um período de dois anos, do exercício da actividade diretamente relacionada com a infração praticada”.
Quem já não ouviu dizer que o álcool é uma droga? Mas, ainda assim, muitos não encaram o ato de beber como um ato de “pôr droga no organismo”. É importante que as pessoas compreendam que o abuso de álcool prejudica o sistema nervoso. Os problemas de alcoolismo podem surgir quando existe dificuldade por parte do indivíduo para lidar eficazmente com as suas dificuldades (na escola, no trabalho, na casamento e nas finanças) ou uma combinação de vários problemas.
Não existem soluções mágicas e rápidas, tal como cada indivíduo não ficou dependente/doente de álcool ou drogas em duas semanas, também não se recuperará em duas semanas. É um processo que vai demorar muito tempo.
Muitos são os caminhos para a recuperação. O modelo de auto ajuda é um caminho que tem anos de experiência, tradição e resultados. Esta situação deve merecer também a atenção das autoridades de saúde, da educação e dos pais.

Sites de interesse:
www.linhadagua.net
www.samtratamento.com/

Andreia Eunice Pinto Magina
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria
andreiauccoaz@gmail.com
ACeS EDV II – Aveiro Norte

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