É sem grande perplexidade, mas com um forte sentimento de afronta, que verifico que, ao abrigo do direito de resposta, a Rodoviária do Oeste opta por tergiversar sobre todas as questões colocadas por mim própria, e também por outro utente da ‘Rápida Verde’, em cartas publicadas na Gazeta das Caldas de dia 19 de Maio, último.
No que se refere às questões de qualidade do serviço, a RO afirma – pasme-se – que o serviço ficou melhorado com o horário actualmente em vigor, porque aumentou o número de autocarros de 28 para 31. Convido a empresa a fazer prova de que existisse qualquer reivindicação por parte dos utentes da Rápida para que tal fosse implementado, ao mesmo tempo que desafio a RO a indicar o número de reclamações que lhe têm chegado pelas diversas vias, pedindo a reposição de rápidas directas.
Afirma, também, a RO que o horário directo existente representava uma excepção à norma de percursos com paragens em Óbidos e Bombarral, o que só é verdade porque esta operadora foi paulatinamente – numa lógica de puro mercantilismo e à revelia do interesse expresso dos utentes de Caldas da Rainha – acabando com os horários directos e que, em 2007, constituíam a maioria dos percursos.
Não deveria ser necessário, mas vejo-me na contingência de sublinhar à Exma. Administração da RO que a qualidade dos serviços é aferida, sobretudo, pelo grau de satisfação dos clientes, pelo que, implementar estratégias não solicitadas, ignorando outras que são reiteradamente pedidas por um largo número de utentes, só pode ser classificado como um ‘mau serviço’.
Por outro lado, afirmar que o serviço se designa como carreira rápida porque opera numa via rápida, e não por ser directa, chega a ser um insulto à inteligência dos utentes, que me escuso a dissecar por ser de uma indigência intelectual flagrante, insusceptível de uma análise séria.
Já no que se refere à questão do custo do passe Caldas – Lisboa, em momento algum foi por mim afirmado que o valor não estaria a coberto das tabelas oficiais (era o que mais faltava). O que afirmei e repito é que, o custo de Caldas – Lisboa é, em termos absolutos e em termos relativos, superior ao praticado pela mesma empresa na rota Santarém – Lisboa, o que carece de qualquer racionalidade comercial, na medida em que no primeiro caso existem 31 horários em duas direcções (total de 62 carreiras), e no segundo 7 horários (total de 14 nas duas direcções).
Finalmente, invocar que exigências de serviço terão de acarretar contribuições do erário público revela bem que à situação de objectivo monopólio em que opera, quer a RO acrescentar agora a costumeira e tão apetecível comparticipação do bolso dos contribuintes.
Por essa razão dirigi já uma exposição às autoridades municipais, na pessoa do Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, pedindo intermediação junto do operador rodoviário em prol da boa mobilidade da população do Concelho, na medida em que tais questões, de relevância maior para a boa qualidade de vida dos habitantes do Concelho, não podem deixar de ser abordadas de forma assertiva e responsável pelos representante eleitos do município.
É talvez hora de as autoridades municipais porem em prática os valores, tantas vezes propalados, de defesa dos interesses do município e dos seus habitantes, criando um grupo de trabalho que, junto dos operadores de transportes (rodoviário e ferroviário) , exerça a pressão legítima que lhes advém do voto e do escrutínio popular em prol da boa mobilidade dos moradores desta cidade.
Maria da Conceição do Couto Henriques Velez de Lima
































