Ainda o Hospital Termal

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A Câmara Municipal de Caldas da Rainha vai, finalmente, apoderar-se do Hospital Termal.
O presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Dr. Tinta Ferreira, no discurso de 15 de Maio e numa entrevista à Gazeta das Caldas de 16 de Maio expõe, em ambas as situações, mais uma vez, o seu imutável plano A para o Hospital Termal. O plano A do senhor presidente é de uma simplicidade administrativa surpreendente.
Plano A: a autarquia tudo fez e faz para se apossar do património hospitalar, algo cobiçado há centenas de anos e agora, finalmente, na única época histórica possível em 500 anos, alcançará facilmente a sua conquista e simultaneamente subjugará o poder hospitalar, “a pedra no sapato” do poder autárquico caldense, acabando com 500 anos de um ciclo de história da única cidade hospitalar portuguesa. Depois do município conseguir, penso que ainda neste mês de Junho, a conquista burocrática do Hospital, o plano A prossegue e consiste, pura e simplesmente, apenas em ceder, ceder o Hospital Termal.
Ceder porque a Câmara não sabe, não tem apetência para tal, nem legalmente o pode gerir. Ceder o Hospital Termal de “preferência a parceiros na área social,” e já que se cede ainda bem que a estes, embora o devesse ser com regras, de preferência consensuais das forças vivas da cidade. Mas caso tal cedência não seja possível, sê-lo-á a qualquer outro parceiro, grupo económico que apareça e o queira.
Caramba! Assistimos de há alguns anos para cá a um plano optimamente elaborado, junto de todos os ministérios e governo, de conquista do património hospitalar de um engenho e arte exímio, e agora não resta um pouco mais de sapiência para, num momento crucial como este para o nosso Hospital, se ponderar um plano perspicaz para o Hospital Termal, que não este miserabilíssimo acto “administrativo” de cedência.
Conquistar pela ambição de vencer, de ter, de possuir, apoderando-se do que o governo dá e que nem ao estado pertence, por ser pertença da Instituição Hospital Termal, ficando na história como os que se conseguiram apropriar do património hospitalar, para depois o oferecer a outros, a estranhos, porque não há capacidade de orientar. Estes serão dois actos que a história avaliará.
Solicita também o presidente da Câmara consenso dos partidos políticos para uma solução para o Hospital Termal.
Consenso que se apreende seja o de que todos os partidos com representação nas Caldas da Rainha, consensualmente, aceitem o pensamento do Sr. Presidente e da maioria camarária,
não havendo da parte do Dr. Tinta Ferreira o verdadeiro empreendimento de consenso, de compreender e debater também o pensamento dos partidos da oposição, apresentando
também, para debate, o seu plano B, para conseguir, o que seria de facto, um consenso.

António Gaspar

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