Como cidadão atento ao meio laboral no nosso país é com muita preocupação que tenho acompanhado o conflito desencadeado por parte dos gestores dos CTT, neste caso contra os carteiros do CDP de Caldas da Rainha. Agora sim, a Gazeta das Caldas tem-nos fornecido informação suficiente para formar-mos a nossa opinião. A primeira conclusão a tirar é que, o que menos interessa a estes gestores é a prestação de um bom serviço às populações.
Vale a pena aqui recordar que ainda há poucos anos era bandeira dos CTT o D+1. Isto queria dizer que depositávamos os objectos nos correios e no dia a seguir eram entregues. Depois passou a D+2. Agora chega quando chega. Entretanto decidiram desvalorizar esta fórmula e inventaram o correio azul. Por este meio talvez o correio seja entregue no dia seguinte, com taxa mais elevada.
Hoje há muitas formas de prestação de serviços, mas qual delas a mais cara. É verdade que os CTT já estão a entregar em algumas localidades do País a distribuição a pessoas que não têm qualquer vínculo laboral com a empresa, escapando estas a qualquer verificação ou fiscalização ao serviço prestado. Há postos de prestação de serviço entregues fora do âmbito dos CTT com difícil controle da empresa.
Quanto à alteração dos horários, hoje todos nós, empresas e particulares, temos necessidade de receber a nossa correspondência cada vez mais cedo e ninguém nos faz acreditar que se os carteiros começam a trabalhar mais tarde, é de todo impossível que correspondência não nos chegue mais tarde.
Quanto aos números da adesão à greve, é preciso saber porque é que as contas são diferentes. É que para as contas da empresa e no universo de todos os trabalhadores entra com situações de doença, de férias e outras ausências com não aderentes, cometendo aqui um grave abuso de intenções. Para os sindicatos há um número de trabalhadores a laborar e daqueles os que faltam estão em greve, logo os resultados são diferentes Desculpem os leitores recordar-lhe o seguinte: os carteiros cumprem ordens e o responsável pelo seu serviço é o Conselho de Administração, por isso todos os que estamos a ser mal servidos devemos reclamar, mas reclamar contra os maus administradores. Lembrar ainda que a administração soma no seu currículo algumas condenações judiciais por tentativas de imposições abusivas aos seus trabalhadores.
José Agostinho Faria
































