José Luiz de Almeida Silva
Alguém chamou a nossa atenção para a predominância do masculino nas listas eleitorais para as autárquicas na maioria dos concelhos da nossa região, especialmente nas forças dominantes, surgindo as candidatas aparentemente em posição para cumprir os mínimos da legislação sobre o género.
Provavelmente os responsáveis por essas decisões não o tem feito expressamente para afirmar o domínio masculino, mas implicitamente decidem por simpatia, ou seja, porque encontram nos seus congéneres os melhores auxiliares para as potenciais políticas a desenvolver.
E verificamos esta tendência nas listas para quase todos os órgãos executivos que se propõem para o próximo dia 12 de outubro, quando na maioria das restantes instituições públicas, a liderança, por razões crescentes de domínio de créditos académicos, o género feminino já é quase dominante e assume posições de destaque nesses órgãos, sem resistência do género contrário.
A política e os partidos em Portugal, especialmente nos órgãos e regiões mais centrais, continuam a ter no nosso país dominância masculina, contando-se pelos dedos das mãos, o número de mulheres que ascenderam a cargos de liderança política.
Mesmo nos ditos populistas também o género feminino está em minoria e aparece muitas vezes a secundar a liderança masculina. Toda esta reflexão ocorre quando nesta edição abordamos a saída em outubro da única presidente de junta de freguesia atualmente em funções no concelho, que liderou o Nadadouro, tendo mostrado eficácia, liderança, presença permanente e credibilidade.
Dirão alguns que estas observações resultam de um viés de análise, mas visto à distância e meio século depois da Revolução de Abril, não pode deixar de nos interrogar para o que se passa na maioria dos municípios e freguesias da região.

































