Caldas da Rainha é uma cidade e concelho com uma localização estratégica entre o Mar e a Lezíria, entre a Região de Lisboa e o Pinhal litoral de Leiria.Há muitos factores positivos que favorecem a sua centralidade territorial e afirmação regional, criando um grande potencial de desenvolvimento das Caldas da Rainha como uma cidade intermediária a vários níveis, nomeadamente ao nível social, cultural e económico. Estar situada no eixo de cruzamento da A8 com a A15 é um desses factores positivos. Estar servida por uma linha ferroviária e ter uma estação de comboios no centro da cidade é outro factor muito positivo. Tal como ter um Centro Cultural e de Congressos. Ou estar próxima do Mar e encostada à Lagoa de Óbidos. Mas só isso, por si, não chega. Para que as Caldas da Rainha sejam uma cidade e concelho com mais e melhor desenvolvimento, é também fundamental que as políticas urbanas municipais tenham objectivos claros de reforço da centralidade territorial e de afirmação regional. A acessibilidade e a mobilidade dentro da cidade e do concelho são um instrumento privilegiado de implementação dessas políticas.Todos os leitores desta crónica, assim como todos os Caldenses, visitantes e turistas podem constatar que, em questões essenciais de acessibilidade e mobilidade, está ainda tudo por fazer. Analisemos alguns aspectos que considero essenciais.
1. As Caldas da Rainha não têm nenhum Plano de Mobilidade Sustentável, elemento fundamental e obrigatório para o acesso aos fundos europeus previstos no quadro do programa Portugal 2020; a maioria instalada que governa o executivo camarário não entende tal plano como uma prioridade e não presta informações em tempo útil, de forma a envolver os Caldenses nos processos de decisão;
2. As entradas nas Caldas da Rainha, para quem sai em automóvel das auto-estradas A8 e A15, não têm nenhuma ideia de enquadramento urbanístico e paisagístico que favoreça uma imagem de hospitalidade e modernidade;
3. As Caldas da Rainha têm um enorme déficit de sinalização horizontal, nomeadamente pinturas nas estradas municipais e ruas da cidade com tinta fosforescente, indicando e sinalizando passagens de peões, velocidade máxima permitida e partilha da via ou rua por bicicletas; os orçamentos municipais continuam a consagrar, ano após ano, verbas ridiculamente reduzidas para esta relevante prioridade;
4. Os autocarros turísticos que passam pelas Caldas da Rainha não têm qualquer espécie de informação eficaz sobre os lugares onde parar, nem sequer sobre qualquer tipo de trajectos ou rotas pedonais disponíveis que valorizem as experiências dos eventuais visitantes da nossa cidade e concelho; aliás, continuamos sem folhetos turísticos modernos e eficazes;
5. Passados mais de dois anos após a proposta que apresentei em nome do grupo municipal do PS para a implementação de um “Plano Intermunicipal de Mobilidade Ciclável das Caldas e Óbidos”, nada foi feito pela maioria instalada no executivo camarário, que não entende esta proposta como uma prioridade relevante para a afirmação da nossa cidade e concelho no contexto regional;
6. Passado um ano após a inauguração de um parque de estacionamento subterrâneo que custou aproximadamente 5 milhões de euros, os parques de estacionamento à superfície continuam na mesma ou piores; não há marcações dos lugares no pavimento e, por causa disso, a PSP não pode autuar os condutores dos automóveis mal estacionados porque tais pretensos parques de estacionamento, promovidos pela Câmara Municipal, são ilegais sem essas mesmas marcações.
Acessibilidade e mobilidade
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