Há várias décadas o vinho produzido na região Oeste tinha características que deixava muito a desejar e que lhe fizeram perder valor, com algumas excepções em que se manteve uma qualidade assinalável para quantidades mínimas. Desde que Portugal se transformou num produtor de vinho com prestígio – apesar de ainda estar aquém dos países produtores tradicionais como a França e a Itália – ao introduzir castas de referência internacional e ao adoptar novos processos produtivos, de marketing e de venda, passou a bater-se melhor com os seus concorrentes. Estas transformações qualitativas também chegaram à região Oeste, onde passaram a ser produzidos e vendidos vinhos que igualam os das regiões mais prestigiadas, como do Douro ou do Alentejo. Um dos grupos que se tem distinguido no Oeste, é o Parras SGPS, do Dr. Luís Vieira, que em meia dúzia de anos fez progredir a sua facturação de 20 para 45 milhões de euros. Além da sua aposta na produção de vinhos na região (e também no Alentejo), diversificou a sua actividade à produção de aguardentes e até de cerveja artesanal, para além de ter desenvolvido o engarrafamento numa unidade em Alcobaça. Esta linha de enchimento vai ser potenciada como uma aposta no turismo industrial, que vai dar mais visibilidade ao grupo e à sua actividade produtiva. O empresário Luís Vieira tem associado o incremento da produção com a inovação no negócio, razão pela qual merece de Zé Povinho a distinção devida.
Os remédios da União Europeia para a crise económica mundial que foi desencadeada em 2008 pelos hedge funds nas Estados Unidos não tem parado de trazer consequências negativas para a Europa e especialmente para os países que a compõem. Quando os EUA já estão a sair da grave crise e apresentam taxas de desemprego de cerca de 5%, a Europa continua submersa numa crise que atira o desemprego em média para o dobro da taxa americana e provoca crises políticas e económicas cíclicas na maioria dos países. A insensibilidade de vários países europeus com os conflitos nos países muçulmanos, bem como as contradições estratégicas entre as potências mundiais, fi zeram emergir novas formas de conflito que provocaram a deslocação de centenas de milhares de refugiados e mesmo imigrantes económicos para o Velho Continente. Este fenómeno foi entendido com uma ameaça à segurança das populações europeias, tendencialmente conservadoras, que como reacção imediata caminharam eleitoralmente para os extremos, mas especialmente para os movimentos xenófobos da extrema direita. Não admira que na primeira volta das eleições presidenciais na Áustria vencesse com 36,4% o candidato da extrema direita, Norbert Hofer, amigo de Marine Le Pen. Em segundo lugar ficou o candidato ecologista Alexander Van der Bellen com 20,4% dos votos, que ultrapassou os partidos correspondentes ao PSD e ao PS em Portugal. Se bem que a eventual eleição de Norbert Hofer não augure nada de bom, apesar de na Áustria os poderes presidenciais serem extremamente limitados, tudo isto significa que as lideranças europeias estão a criar condições para uma Europa mais desagregada e menos solidária nos próximos tempos.
































