A semana do Zé Povinho – 15/04/2016

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Untitldfdsged-1 copyA falta de meios e as dificuldades obrigam quem quer tomar iniciativas a descobrir formas de ultrapassá-las e a conhecer melhor as suas capacidades.
O Festival de Teatro Ofélia, que os alunos da ESAD caldense organizaram na passada semana, é um bom exemplo do espírito criativo e empreendedor de um conjunto de jovens que acham que frequentar um curso superior é muito mais do que assistir a uma aulas e fazer uns exames.
Na sua sexta edição, e dando sequência aos objectivos definidos desde o primeiro ano, desta vez trouxeram às Caldas da Rainha alunos da Real Escuela Superior de Arte Dramático de Madrid, Escola Superior d’Art Dramàtic de les Illes Balears, Escola Profissional de Teatro de Cascais, Escola Superior de Música e Artes de Espetáculo, Escola Superior de Educação de Coimbra, Universidade de Évora,  Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, além da Escola Superior de Artes e Design, para participar no Festival.
A organização integrava 11 alunos, que além de prepararem o programa e o seu decurso, têm de se preocupar também com  as questões de logística e de orientação dos colegas no que diz respeito à sua instalação na cidade, garantindo alojamento e alimentação, bem como preparando toda a mecânica da apresentação dos espectáculos teatrais.
Num momento em que a sua escola está a passar por mais uma prova difícil com a demissão inesperada do seu director, estes alunos deram um bom exemplo a todo o corpo docente e discente, do que é trabalhar por objectivos comuns e que levam o nome da escola bem longe.
Iniciativas como o Ofélia e como o Caldas Late Night marcam um dinamismo inconfundível duma escola que já é na cidade mais do que um estabelecimento de ensino tradicional.
Untitlyjyjed-1 copyZé Povinho tem uma simpatia particular para pessoas que sejam modestas e saibam dialogar com os outros, especialmente com os seus opositores. Contudo, há algumas que, sem razão de maior, pensam que estão no centro do mundo e que tudo gira à sua volta.
O actual governo, que inaugurou um novo paradigma, conseguindo juntar forças que sempre se tinham oposto desde o início do período democrático depois do 25 de Abril, podia significar essa mesma conciliação com pólos que sempre estiveram em oposição.
Mas não é que um ministro do mesmo governo, por sinal de uma pasta (Cultura) que tinha todas as razões para ser exemplar nesse diálogo, fez aquilo que ninguém esperava?!
Zé Povinho não apreciou a conduta do agora ex ministro João Soares, qual menino mimado e birrento, que começou o seu mandato com uma diatribe com um seu subordinado – o Prof. António Lamas, administrador do CCB – ameaçando-o de demissão, sarcasticamente, pela televisão, o que concretizou perante o espanto geral.
Na passada semana este “pequeno quero, posso e mando” ameaçou com uns tabefes no seu facebook dois críticos de um jornal diário, que tinham mostrado o desagrado pela sua forma de actuação.
Depois do seu malfadado post na sua página das redes sociais, ainda se enredou numas desculpas de mau pagador, parecendo mais ironizar com a crítica geral ao seu procedimento, obrigando o primeiro-ministro a descer a terreiro para desculpar os alvos da ira do “jovem” soarista e lembrar ao Dr. João Soares, como a todos os membros do seu governo, que um ministro é-o em todas as situações e locais, não havendo terrenos públicos neutros onde possam destilar o seu fel.
Terá sido uma boa lição para aquele ou aqueles que se julgam ungidos por uma origem “sagrada” ou por um “destino incomum”, recordando-lhes que numa sociedade democrática, todos são iguais independentemente da sua origem e crenças.
Zé Povinho só tem uma dúvida: será que o velho Dr. Mário Soares chamou o filho a casa e acabou por lhe dar dois tabefes por ter deixado mal a família?
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