A nossa A8

0
877

Na gestão dos problemas que uma autarquia tem de resolver no seu município, o sucesso de qualquer intervenção depende das parcerias e da interdisciplinaridade, ou seja, do trabalho em rede. No entanto, para os munícipes o que importa é que os problemas se resolvam e que o concelho evolua e se desenvolva. O que a população espera do seu executivo camarário é que este resolva o que pode resolver diretamente e, relativamente àquilo que não pode fazer sozinho, que tenha a arte de negociar com as entidades e organismos envolvidos por forma a satisfazer as necessidades e os legítimos anseios das populações.
O executivo camarário caldense tem sabido, até ao momento, fazê-lo com mestria. Mas falta o resto…
A questão da transferência do Património Termal, para a autarquia é um bom exemplo. A Câmara Municipal negociou bem com o Governo. Conseguiu melhores resultados do que muitos vaticinavam. Agora falta mostrar o empenho e a força necessários para que o que foi negociado e acordado com o poder central seja efetivamente concretizado.
Outros bons exemplos são a linha do Oeste e a lagoa de Óbidos. Em ambos os casos já se conseguiram as promessas que todos pretendíamos: a eletrificação da linha ferroviária e o desassoreamento global da lagoa. Agora falta conseguir que ambos se concretizem.
Porém, muito ainda há por fazer. Deixo aqui um exemplo:
Falta negociar com a concessionária que explora a “nossa” A8 para que se corrijam algumas injustificadas deficiências. Porque é que em todas as auto-estradas do país as zonas das entradas e saídas estão iluminadas e nas Caldas não? E não se diga que é o preço a pagar por não termos portagens. A iluminação dos corredores de aceleração e de desaceleração duma auto-estrada existe por questões de segurança. Não é por não pagarmos portagens na zona das Caldas que prescindimos da segurança nas quatro entradas e saídas que a A8 tem para a nossa cidade.
Depois temos a sinalização. Quem vem do norte, encontra na primeira saída, a de Tornada, a indicação de “Caldas norte”. Tudo certo. O problema é que, continuando na A8, encontramos na saída seguinte, a da zona industrial, novamente a indicação de “Caldas norte”… Seria muito mais lógico que estivesse nessa saída, na da zona industrial, as indicações de “Caldas centro” e de “Foz do Arelho”, que atualmente estão na saída da antiga estrada da Foz. Quem quer vir para o centro da cidade vem mais facilmente pela Expoeste e, para os que quiserem ir para a praia, ficam melhor servidos com a “nova” estrada da Foz. Por sua vez, na saída da auto-estrada junto à antiga “Fábrica do Sabão”, deveriam estar as indicações de “Caldas centro histórico” e de “Lagoa de Óbidos”. Promovia-se, assim, o comércio tradicional no centro histórico e dividia-se o trânsito que vai para a Foz do Arelho entre os que vão para a praia do mar, que saíam na zona industrial, e os que querem ir para a zona da lagoa, que seguiriam pela antiga estrada da Foz. Por fim, na saída das Gaeiras, continuava o que já lá está, ou seja, “Caldas sul”.
Para terminar, e já que se estava num processo negocial, será que não poderia ser colocado junto à A8 um daqueles painéis castanhos que indicam a existência de monumentos, para sinalizar que nas Caldas da Rainha existe o “Hospital Termal mais antigo do Mundo”?

- publicidade -