A Comunicação Comissão Europeia de 2016 sobre a Economia Colaborativa reconhece o potencial da economia da partilha para a criação de empregos e para o crescimento da UE, com vantagens para o consumidor e para uma utilização mais eficiente de recursos contribuindo para a transição para uma Economia Circular.
Esta Comunicação, que identifica 5 setores-chave, (alojamento, transporte de passageiros, serviços de proximidade, serviços profissionais e técnicos e financiamento colaborativo) as receitas brutas das plataformas e fornecedores nesta área foram cerca de 28 milhões de Euros em 2015. No futuro estima-se que o sector poderá representar um valor acrescentado entre 160 e 572 milhões de Euros.
O benefício ambiental e o contributo para a Economia Circular são óbvios. Ao privilegiar o acesso aos bens sobre a sua propriedade torna mais eficiente a utilização dos recursos reduzindo a poluição, as emissões de CO2 e o consumo de recursos.
Muitas cidades estão a adotar esta filosofia transformando-se em cidades da partilha.
Os municípios agem sobretudo como facilitadores, promovendo a criação de infraestruturas, serviços e incentivos a ações de partilha de habitações, de espaços para escritórios, estacionamento, de carros, de roupa, de equipamentos, da internet, de hortas coletivas. Disponibilizam igualmente espaços públicos subutilizados para partilha.
Os municípios podem, por exemplo, estabelecer apoios ou eliminar obstáculos administrativos à criação de empresas ou outras organizações de partilha, reduzir os custos de estacionamento para os carros partilhados ou os carros elétricos, incentivar a criação de hortas urbanas, criar programas de educação e ações de divulgação desta filosofia e das empresas e entidades envolvidas.
Nos Estados Unidos foi aprovado, em 2013, por 15 Mayors de cidades americanas incluindo S. Francisco e Nova Iorque, a “Shareable Cities Resolution” em que se estes se comprometem a divulgar o conceito da economia partilhada, a rever legislação que possa criar obstáculos à promoção da economia da partilha e aplicar a partilha de bens públicos.
No Canadá foi lançada, em 2014, a iniciativa Cities for People que pretende contribuir para melhorar as condições sociais, ambientais, cívicas e culturais das cidades.
As vantagens do envolvimento dos municípios também se refletem em eventos extremos (tempestades, cheias, terrorismo) em que o conhecimento, por parte da proteção civil, da existência de habitações ou veículos disponíveis pode ser importante para responder a estas situações.
Uma cidade de partilha é mais sustentável, humana, solidária e resiliente. Contribui também para o reforço da cidadania promovendo um maior envolvimento dos cidadãos.
O site SHARABLE disponibiliza um conjunto de informação, casos de estudo e sugestões muito úteis para promover cidades partilhadas.
Paulo Lemos
pagulit@gmail.com

































