Ó senhora doutora, ó senhor engenheiro: quando é que começam a levar o saquito para apanhar os cocós do seu cãozito? Levar o cão a passear e deixá-lo fazer no passeio ou mesmo na relva, não se faz. Primeiro não havia WC para cães e agora que os há por aí aos montes… Que se passa? Não servem? Então em que ficamos?
Ó senhor residente: quando vai começar a colocar o lixo em sacos fechados dentro dos contentores? Lixo solto suja o interior do contentor. E não é fora, nem ao lado, nem atrás, é dentro. Dentro, porque os animais devoram os sacos e deixem tudo sujo, ou vem o vento e espalha o lixo pela rua fora.
Ó senhor fumador: quando vai perceber que as beatas no chão levam muitos anos para se decompor? E que os maços de tabaco duram e duram… no chão?
Ó meninos: a escola ainda agora começou e já se amontoa o lixo nos espaços circundantes. São garrafas, latas, embalagens de comida, é tudo. Até pode haver uma papeleira a dois metros de distância que a malta não se incomoda e deita o lixo para o chão. Será que os nossos jovens sabem que os plásticos duram mais de 500 anos? E se cada um de nós se lembrasse de colocar uma, uma só que fosse, garrafa de plástico no chão? Quantos funcionários de limpeza seriam precisos para recolher tanto lixo? Ou quanto tempo seria preciso para entapetar todo o espaço na rua?
E senhores “artistas”: quando vão perceber que todo o património tem dono? É puro vandalismo o que se vê por aí.
E senhores proprietários: quando vão perceber que precisam de cuidar do vosso património? É que já não pode passar despercebida a onda de escritos nas paredes, no mobiliário urbano… aliás em todo o lado. Será que é arte? Arte não é certamente, porque arte é outra coisa. Mas onde andam os moradores desta cidade? Ninguém vê? Ninguém apresenta queixa? Ninguém se incomoda?
E agora desde hoje, se cada um começar a fazer a sua parte e um pouquinho da parte daqueles que ainda não conseguem, será que vai melhorar? É que é bem melhor ajudar do que ser ajudado.
Assim, quando ver algum cãozinho a fazer onde não deve, faça alguma coisa, tire fotos.
Quando ver os “artistas” em acção nos seus momentos de inspiração rebelde, tire fotos
Quando ver alguém sujar, danificar, desrespeitar, o património público ou privado, tire fotos.
E quando ver jovens fazerem acrobacias em skates, na entrada das novas instalações da AMO, tire fotos.
E mais, se puder, filme também. Afinal para que servem os novos telemóveis todos XPTO?
Já é tempo de responsabilizar os responsáveis pela degradação da nossa cidade. E não adianta exigir dos outros, porque a culpa acaba por ser sempre nossa.
A culpa não é dos políticos porque são incompetentes, é dos cidadãos que votam neles. E quando não votam, pior ainda.
A culpa não é só da polícia que não actua, é também dos lesados que não querem perder tempo a apresentar queixa.
A culpa não é só dos professores que não educam, é dos pais que não dão o exemplo e ainda pensam que os mal-educados são os filhos dos outros.
A culpa não é só da Câmara… A culpa não é só do vizinho… E ainda pensa que a culpa é dos outros? Olhe que não é só… Afinal a culpa é mesmo de cada um de nós.
E aqui deixo a célebre frase de JFK: “Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, e sim o que pode fazer pelo seu país.”
Uma cidadã apreensiva com o futuro da nossa cidade.
Filomena Franco
































