Cidade das Águas Termais, Cidade da Cerâmica, Capital da Fruta, Cidade dos Museus, Cidade da Pedra e agora também Cidade do Cavalo Lusitano, somos tantas coisas, algumas até em que nada ajudam à imagem de qualidade com que nos queremos projectar ao nível turístico.
E sendo tantas coisas acabamos por não nos focar numa identidade própria e desenvolver uma estratégia coerente e articulada.
O desafio que se coloca a Caldas da Rainha é o de criar uma identidade em que todos os seus atributos possam ser conjugados e sirvam uma estratégia e um fim comum.
Se tentamos promover a cidade por cada um desses atributos, dispersamos meios que são escassos e corremos o risco de ao tentar ser tanta coisa, acabar por não ser verdadeiramente coisa nenhuma. Fazemos muitas coisas avulsas, esporádicas, sem continuidade e sem interligação. Sem coerência. A cada pessoa que perguntarmos para definir as Caldas encontraremos ou uma resposta diferente ou aquela que menos nos deveria agradar e que contudo persistimos em promover. A cidade dos falos, para não querer utilizar um termo mais brejeiro.
Se é com isso que pretendemos conquistar um turismo de qualidade, de fixar por alguns dias, os turistas na nossa cidade, e que com isso possamos desenvolver sinergias que estimulem outras áreas de actividade, estamos conversados.
Eu proponho uma ideia global para as Caldas da Rainha, “A Cidade do Bem Estar”, e proponho linhas de acção estratégicas: as águas (terapia; cenografia urbana; espectáculos lúdicos; criação de uma marca de água de consumo revitalizando a indústria existente), o lazer e bem estar (espaços verdes, espectáculos culturais de ar livre, hotéis e pequenas unidades hoteleiras e de alojamento temáticas; clinicas e estúdios de estética, terapia e de spa; também fazer a reconversão de pequenas unidades de restauração com ementas preparadas por nutricionistas; pequeno retalho comercializando produtos relacionados; o desenvolvimento da área de cosmética, velas decorativas, design de mobiliário de interior e urbano associados à industria local) e uma identidade agrícola comum. Todos estes vectores associados a marcas expressamente criadas para o efeito e obedecendo ao plano estratégico de que todas estas unidades beneficiariam de marcas e politicas de marketing comum. Um complexo franchising de marcas e políticas comerciais e de marketing obedecendo a uma única estrutura encarregue não só de definir a estratégia plurianual e a cronologia das acções como de criar e gerir as marcas associadas e os seus franchisings. Uma estrutura profissional sob a tutela da Comunidade Intermunicipal do Oeste mas composta pelos melhores profissionais nas áreas sob sua intervenção, encarregues de desenvolver as marcas de bem-estar e lazer e marcas de hortifruticultura. Os objectivos são bem claros: criar um cluster de bem-estar e um cluster de actividades agrícolas primárias (agricultura), secundárias (transformação) e terciárias (comercialização) por integração vertical. São esses os dois vectores para o desenvolvimento da nossa região. Uma tarefa destas só será possível de ser efectuada se for criada e gerida por uma única estrutura em que os seus profissionais sejam técnicos especialistas e que não possa servir de ancoradouro a militantes partidários sem competências específicas. Como criar, auto-sustentar financeiramente esta estrutura e quais as suas funções será o tema de futuras crónicas.
Paulo Caiado
prcaiado@gmail.com

































