A arrogância e desrespeito pelos nossos antepassados

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Senhores, venho por esta carta partilhar a minha tristeza e revolta, de vós decidirdes por nós cidadãos desta cidade, comunidade, sem a consultar. Desprezando, conscientemente, milénios de cultura portuguesa. Colocam os vossos interesses pessoais acima dos cidadãos de hoje e, pior, dos futuros cidadãos – as crianças. Mesmo nós, sendo uma minoria, exigimos a mesma atenção que vós dedicais a outras minorias.
Tal como não nos foi imposto no nosso tempo de escola qualquer pensamento político e religioso, respeitando e dando continuidade assim aos nossos milhares anos de História, não podereis impôr a vossa ideologia. Darei três exemplos justificando assim a minha carta e palavras.
Num desfile carnavalesco de escolas, que parece mais um desfile para certos adultos do que para as próprias crianças que desconhecem por completo a ligação desta celebração com a nossa história, cultura, que é nenhuma, dei comigo num ambiente do qual fiquei abismado, tendo em conta a presença de professores, polícia, jornalistas, figuras públicas, que ignoravam o facto de a música que passava se encontrar em sons que se ouviam na extremidade da cidade e que, com todo o respeito, sendo de outra nacionalidade, reforçando o facto de não haver nenhuma ligação com a nossa História, e onde as letras dessas músicas continham versos como “chega aqui e roça em mim”, “vem meu bem me deixa louco de tesão” etc. As nossas crianças inocentemente ouviam enquanto os adultos se divertiam. Eu manifestei-me, fui de encontro aos responsáveis que controlavam o sistema sonoro e de forma exaltada chamei-lhes a atenção. O som foi reduzido sim, mas as músicas não. Quem de vós tem o direito de nos impôr esta falta de vergonha? Quem sois vós para decidirem por nós estas celebrações?
Continuando, a vossa imposição de “de dois pesos, duas medidas”. Celebração de Natal de 2015: em uma das escolas da nossa cidade assisti a actuações a retratar povos como se ainda vivêssemos na era medieval, de modo inconscientemente, inferiorizando estes. Sem falar das faltas de condições para as actuações. Mas o mais importante é que, no final, vi que nenhuma turma homenageou e celebrou a verdadeira razão da existência desta data na qual estávamos reunidos. Nada. Mas quem sois vós por decidir e reeducar por nós Pais? Por nós Portugueses? Quem sois vós para desprezar milhares de anos da nossa religião, cultura, história? Mas que complexo e tabu tendes vós para com a religião cristã? Povos de diversas etnias, raças e religiões fazem parte da nossa sociedade há milénios. Quando perguntei o porquê de não ter havido nenhuma celebração cristã, o nascimento de Jesus Cristo, respondem-me que foi feito assim para não impôr a nossa religião, cultura, para não causar mal estar às outras crianças e seus pais de outras nacionalidades e religiões minoritários como sabemos. Tal como eles, nós também somos minoritários – os minoritários cristãos portugueses. Onde está a vossa atenção para connosco? Onde está o vosso respeito pela nossa História e Religião milenar? Celebremos o Natal como os outros povos e religiões celebram, mas nunca esquecendo a nossa. As pessoas que vieram de fora são as primeiras a reconhecerem que não estão no País delas e humildemente aceitam e respeitam a nossa cultura e religião,e sabem que estão à vontade para manifestarem as suas crenças. Senão nunca teriam vindo para cá. Vós é que criais complexos, medos e tabus na religião. É de uma total arrogância e desrespeito pelos nossos antepassados e pela História de Portugal. Se não fosse pelo cristianismo e pelo sacrifício destes, hoje, provavelmente, falaríamos árabe, viveríamos num País de religião Islâmica e do qual viveríamos sob as suas leis e imposições que mesmo passados mil anos ainda perduram, e nem pelo nome de portugueses nós seríamos conhecidos. O que vós faríeis nestas condições? Nada, porque vos seria imposto. O cristianismo católico não vos é imposto nem nunca foi. Se têm a liberdade que têm hoje, foi por Jesus Cristo e pelo sacrifício de pessoas religiosas. Para uma celebração não cultural, vós abris as portas, mas para algo que é verdadeiramente Português, que graças a eles, temos valores que vos permitem hoje a liberdade de pensamento, mas sempre com limites de respeito, vós fechais a vossa porta e o coração. Mas quem sois vós pergunto eu?

Pedro Mota

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