100 anos da Gazeta das Caldas: uma voz regional ao serviço da democracia

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David Vieira
Técnico de Comunicação

Quando me convidaram para escrever na Gazeta das Caldas, por um ano, dando a minha opinião, não hesitei duas vezes: primeiro, por ser uma honra ser convidado e poder partilhar um pouco das minhas ideias, procurando contribuir, dentro do possível, para um pensamento mais ou menos crítico; depois, porque a Gazeta faz 100 anos e poder estar nas suas páginas (físicas e virtuais), em ano de centenário, é um grande privilégio.

Durante o próximo ano, não vou pretender ser um “fazedor” de opinião impositivo. Aliás, nunca concordei com essa técnica de impor o que quer que seja. Sempre fui apologista da ideia de estudar, analisar, assimilar ideias para, depois, poderem ser discutidas.

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Durante este ano que, gentilmente, me cederam, vou procurar explicar a importância fundamental do jornalismo e o quão importante ele é para a Democracia e para a forma como nós nos projetamos e revemos na (e em) sociedade.

Mas antes dessas reflexões, que vou tentar que sejam muito realistas, tenho de dar os parabéns à Gazeta das Caldas. Estar prestes a fazer 100 anos é, nos tempos que correm, em que tudo é muito acelerado, um feito. E é um feito que tem de ser enaltecido. E celebrado.

Sei que o leitor desse lado tem a noção da importância que a Gazeta das Caldas teve ao longo destes 100 anos. São 100 anos de relatos. 100 anos de histórias. 100 anos de pessoas que fizeram acontecer. 100 anos de pessoas que nos estenderam a passadeira da Liberdade, a qual tomamos como garantida.

O que é certo é que essa Liberdade pode não ser assim tão linear e, com o crescimento das redes sociais, por exemplo, onde cada um é produtor de “verdades”, começou a perder-se a mediação que o jornalismo faz e que é alicerçada num código deontológico.

Celebrar os 100 anos da Gazeta das Caldas é celebrar essa mediação. É celebrar a informação com conteúdo e que nos é próxima. Informação que tem a ver com a nossa rua ou com o nosso bairro. Com a nossa cidade, freguesia ou aldeia. Com a coletividade que nos aproxima ou com os problemas que nos afastam. Sejam eles quais forem.

A Gazeta das Caldas tem essa função: a de contar o que se passa, com a independência possível, o contraditório desejável e, acima de tudo, com a vontade de nos fazer mais cidadãos.

Tenho a certeza de que cidadãos informados são melhores cidadãos, porque pensam a cidade, o concelho, a região e o País. São cidadãos que não têm de concordar com tudo. Mas são cidadãos que podem ter um sentido crítico sobre a vida em sociedade. E a Gazeta, neste aspeto (e noutros), tem sido um farol.

Parabéns.

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