
Fernando Pinto Ribeiro, para quem «Ser poeta é amar o amor», criou também outro tipo de poemas, voltados para as questões sociais, como as lutas nas grandes searas do Sul, num cântico que é também um grito: «Fui pastor, sou corticeiro / conheço o custo à desgraça / só ninguém sabe o dinheiro / que ela rende na praça // Ela rende lá na praça / ou na banca do galego / quem montar uma trapaça / cavalga qualquer borrego // Cavalga qualquer borrego / toureia qualquer carneiro / quando o cão de guarda é cego / arma-se o lobo em cordeiro //Se pão rijo é papa-açorda / e o óleo faz vez de azeite / quem é gordo mais engorda / quem magro é não se ajeite // Quem é magro não se ajeite / que o cevado enfarda a pança / ninguém durma nem se deite / o toucinho também rança// O toucinho também rança / bom vinho dá bom vinagre / quando o tempo é de mudança / a força faz o milagre!».
(Editora: Edium Editores, Organização: Julião Bernardes, Capa: Alice Fergo, Prefácio J. Leitão Baptista, Posfácio: Paulo Jorge Brito e Abreu)
































