PS/ÓBIDOS – Óbidos: boa ou má gestão financeira?

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A CMO e os seus dois protagonistas, o actual presidente e candidato à Assembleia Municipal, e o actual vice-presidente e candidato à Câmara Municipal, desdobram-se em esforços eleitoralistas para tentarem camuflar a real situação do Concelho.
Não vemos da parte dos candidatos do PSD uma palavra sobre o desemprego, nem uma palavra sobre os investimentos nunca concretizados.
Mas todos os momentos são boas oportunidades para iludir os cidadãos de Óbidos e assim alimentar a ideia de que é possível continuarem a governar o município.
A mais recente desculpa foi o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. De uma leitura, certamente apressada, em que só leram o que lhes interessa e como lhes interessa, lá surgiu uma longa conferência de imprensa a elogiar aquilo que todos sabemos que não pode ser elogiado: a gestão financeira do município.
É claro que há municípios piores. É claro que há municípios que não recebem chorudas maquias de impostos locais, municípios do interior do País que recebem num ano aquilo que Óbidos recebe num mês. Mas isso e só isso basta?
Óbidos não tem “boas contas”, e isso percebe-se quando se empolam orçamentos que ficam sempre muito aquém do que se previa, quando Óbidos tem muita dívida, e quando o balanço de 2012 apresenta um resultado negativo, isto é um prejuízo de 2,9 milhões de euros.
A dívida de médio e longo prazo que era de 2,4 milhões de euros em 2007 passou para 6,3 milhões de euros em 2012. Há ainda a somar um empréstimo bancário superior a um milhão de euros da empresa municipal.
A Óbidos têm valido receitas extraordinárias, que irão acabar em breve, e o resgate financeiro do PAEL pedido ao Governo cuja factura chegará em breve.
Confundem-se “boas contas” com alguns indicadores financeiros constantes nesse Anuário Financeiro.
O conceito de “independência financeira”, agora descoberto pelo PSD, mais não é do que saber se as receitas do município resultam de mais de “impostos locais” ou de “empréstimos bancários e transferências do Estado”. Neste ranking, por exemplo Portimão, uma autarquia totalmente endividada e falida, surge em 8º lugar, à frente de Óbidos. No caso de Óbidos, por erro ou intenção, refere-se que este indicador se fixa no rácio de “78,6% em 2012 (68,5% em 2011 e 58,8% em 2010)”. Ora na página 35 do Anuário o rácio de 2012 não é de 78,6% mas sim de 72,6%, praticamente igual ao valor registado em 2008.
De pouco vale invocar indicadores e rankings que à primeira vista parecem bons se a realidade o desmente. Óbidos está fortemente endividado e só conseguiu respirar de alívio com a ajuda do resgate financeiro que se pediu ao Governo.
Já nem vale a pena lembrar que o PSD insiste em falar da dívida de curto prazo, que diminuiu é certo, por força do endividamento de longo prazo, assim permitindo que o prazo médio de pagamento aos fornecedores passasse de 310 dias(!!!) em 2009, um dos mais graves do país,  para 42 dias em 2012.
Pena é que tão atentos ao dito Anuário Financeiro, o Presidente e o Vice-presidente da CMO não tenham detectado que lá se escreve que Óbidos faz um grave empolamento das receitas em sede de previsão orçamental, algo que sempre denunciámos.
Pena é que o Presidente e o Vice-presidente da CMO não falem do mais importante ranking do referido Anuário Financeiro das autarquias locais, o “ranking global da eficiência financeira” onde Óbidos nem aparece nos primeiros 50 municípios, e que considera os resultados de 2010, 2011 e 2012, ao contrário de outros municípios do distrito, como Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, ou da região Oeste como o de Caldas da Raínha.

PS Óbidos

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