MVC – Movimento Viver o Concelho

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Pois é verdade, já estamos em 2013.
Mais uma mudança de ano, de um dia para o outro, de uma hora para a outra, ou melhor de um minuto para o outro, deixámos um ano e entrámos noutro.
Mais uma vez se fizeram promessas, se desejaram felicidades, novas realizações, se sonharam novos projetos, se assumiram novos compromissos!… Mais uma vez se festejou a chegada do Novo Ano, com festa, foguetes, abraços, fogo-de-artifício, brindes e “txin-txins”…
E o novo ano começou, sem se notar nada de diferente, as pessoas voltaram às suas vidinhas, aos seus trabalhos (aqueles que ainda os têm), às suas rotinas, às suas críticas de café, ao seu conformismo habitual, tal como fizeram em igual período do ano passado.
De novo terminámos o ano com uma lamentável “inflação” de ações de caridade e solidariedade. Lamentável, não pela ação altruísta e voluntariosa de muitos, mas sim pela situação que lhes deu origem.
Nunca pensei que em pleno século XXI, se voltasse à “sopa dos pobres”, como é possível que em vez de polos de cultura e educação se inaugurem “Cantinas Sociais” e se faça disso um acontecimento? Tenho vergonha desta sociedade a que chegámos!
O ano de 2012 foi pródigo em manifestações de descontentamento, foi pródigo em palavras de ordem, inventaram-se até novas palavras, “entroikado” por exemplo e “entroikados” estamos quase todos!
Mas mudou-se efetivamente alguma coisa?
As empresas continuaram a fechar e o desemprego a aumentar, os impostos continuaram a subir e os portugueses a “aguentar” (aguentam…aguentam…).
As pessoas vêem-se cada vez mais deprimidas e desesperadas, a esperança e o sonho são palavras abolidas na linguagem das gentes. Ouvem-se comentadores, opinadores, denunciadores, no entanto a justiça continua a não atuar, os prevaricadores continuam livres, dando sinais de que por aqui o crime compensa.
Mas estamos efetivamente num novo Ano! Ano em que muita coisa pode mudar! Ano de eleições Autárquicas (as únicas em que a cidadania pode ter poder efetivo!) …
Mas a mudança tem que começar em nós mesmos, em todos e em cada um de nós!
Só podemos mudar o Mundo, se começarmos por mudar o que está mais perto de nós e para isso é preciso que nos consciencializemos da nossa força e do nosso poder.
Deixemos o conforto e lamechice da conversa de café e façamos a mudança que queremos ver no pequeno mundo que nos rodeia.
São precisos novos atores, novos protagonistas, chega de rotações de cadeiras, chega de andarmos em círculos concêntricos em que as vistas estão encurtadas e condicionadas ao fatalismo e ao conformismo!
São apenas palavras que vos deixo neste início de ano, e “as palavras não mudam a realidade. Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência. E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade.” (parafraseando António Nóvoa no seu discurso do Dia de Portugal).
Tomemos pois a consciência de que: “O castigo por não participar na política é acabar por ser governado por quem lhe é inferior”. (Platão)
É pois chegado o tempo do Cidadão. É chegado o tempo de deixar de ser espectador e de ter a coragem de dar o seu contributo à sociedade, porque há gente com capacidades, independente, honesta, justa, trabalhadora e capaz de fazer a diferença e a mudança.
A política não é só para “iluminados”, não se confina ao espetro partidário, pode ser muito mais que isso…
Deixo pois o desafio àqueles que conscientemente podem fazer a diferença, este é o tempo de efetivamente dar à sua terra (à nossa terra) o seu contributo altruísta e responsável, construindo efetivamente a alternativa!…

Maria Teresa Serrenho

Presidente do MVC-Movimento Viver o Concelho

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