Alunos de turismo nos “Castelos da fronteira”
Rumo a terras beirãs, numa perspetiva de potencializar recursos históricos e naturais no desenvolvimento de um turismo sustentável, alunos e alguns professores do 2º e do 3º ano do Curso de Técnico de Turismo da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, usufruíram de são convívio próximo da Natureza nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio. O propósito da visita era conhecer a Linha da Raia ao longo do Tejo, usada na segunda fase da Reconquista Cristã por D. Afonso Henriques e outros monarcas da primeira dinastia.
Muitos dos castelos localizam-se em zonas de vestígios romanos, suevos e visigóticos, em altitudes variáveis… Cada castelo, muralha, atalaia, torre, despertavam a nossa curiosidade para a escalada de montes e colinas… numa aventura intemporal!
Começámos pela aldeia mais portuguesa de Portugal, Monsanto, que recebeu em 1938 o Galo de Prata (ostentado na torre sineira da aldeia) atribuído pelo Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido então por António Ferro, representando um ícone da propaganda turística do Estado Novo. Neste local, foi filmada, em 1979, a série da RTP “Retalhos da Vida de Um Médico”, baseada na obra de Fernando Namora, onde a ruralidade e a dureza da vida estão bem patentes.
As formações graníticas, convertidas em casas, prolongam-se nas muralhas. No castelo, conservam-se túmulos talhados na rocha, uma belíssima igreja românica e a antiga cisterna.
Penha Garcia guardava-nos a surpresa do dia: os fósseis visíveis em grande número e variedade ao longo de um percurso trilhado nas escarpas rochosas, serpenteadas pela água que tornava o lugar o cenário ideal de um filme fantástico.
Pernoitámos em Castelo Branco, num hotel onde se avistava a cidade em todo o seu esplendor, bem como o imponente maciço da Serra da Estrela, recuperando as forças e desfrutando de atividades de lazer várias.
No dia seguinte, dirigimo-nos para Portas de Rodão, património natural de grande beleza e para Marvão, refúgio estratégico ao fundador de Badajoz, Ibn Maruan, que recebeu um dos primeiros forais régios atribuídos no Alentejo.
Prosseguimos, visitando o Paço ducal de Vila Viçosa cuja construção, de fachada ao gosto italiano de mármore da região, remonta ao início do séc. XVI. Foi sede da Casa de Bragança fundada no século anterior pelo neto de Nuno Álvares Pereira e de D. João I. Ainda fomos na demanda do castelo, fosso e torre localizados dentro das muralhas.
Ao terceiro dia, e muito próximos de terras de nuestros hermanos, fomos à “conquista” de Monsaraz, quais homens de Geraldo Sem Pavor! No castelo, a Torre das Feiticeiras ergue-se guardiã das investidas castelhanas.
Ainda visitámos o monumento megalítico curioso pela forma quadrangular, o Cromeleque do Xerês. Terá servido como calendário solar, indispensável à organização dos trabalhos agrícolas e, possivelmente, sido associado a cultos à Natureza e à fertilidade.
Chegados a Évora, Cidade-Museu, cujo centro histórico foi declarado Património Mundial pela UNESCO, banqueteámo-nos com algumas iguarias gastronómicas alentejanas, após o que nos despedimos do Alentejo rumo a casa.
Uma aventura que perdurará na nossa memória pelos conhecimentos adquiridos e pelos momentos agradáveis salpicados por episódios pitorescos vividos nestes dias.
Paula Jales
A professora e diretora de turma
































