O PSD, na Câmara Municipal de Óbidos, “descobriu” ao fim de doze anos que afinal tem uma veia ambientalista, pelo que a pista de ultra-leves situada no Arelho não pode ali continuar porque se situa em terrenos da Reserva Ecológica Nacional. Contudo, esta veia ambientalista, pelos vistos é selectiva.
De outro modo, como se explica:
– a sistemática ausência de preocupação relativamente à conservação da Lagoa e do seu ecossistema, ao ponto de permitir a destruição de milhares de hectares de floresta sobranceira ao mar e à Lagoa, para a instalação massiva de projectos turísticos?
– O silêncio(quebrado com promessas vãs)sobre o não aproveitamento da barragem do Arnóia, a permanente perda do precioso líquido que a mesma deveria armazenar(porque escasso)que é a água não utilizada e quantas das vezes poluída?
– A ausência de investimento na rede pública de distribuição de água, com sistemáticas rupturas provocadas pela degradação do seu estado e a permanência de canalizações em material que constituem perigo para a saúde pública?
– A inoperância verificada perante a ilegal extracção de rocha no planalto das Cezaredas, durante mais de um ano, ferindo do ponto de vista ambiental e paisagístico o local?
– A decisão do PSD, na Câmara de Óbidos, de não dar parecer favorável ao funcionamento do Aeródromo, carece de fundamentação legal e política e resulta num claro prejuízo para o Concelho. Mais uma vez, o interesse público poderá estar a ser pisado por interesses privados, cujos contornos não estão ainda claramente definidos.
– Entretanto, importará ainda fazer referência ao “aeródromo de excelência”que o PSD pretende ver construído noutro local do Concelho. Só podemos entender esta pretensão, como mais um devaneio político desta gente que pretende caçar votos porque se aproximam as Eleições Autárquicas. A “excelência” vem-lhes à fala com uma facilidade tão grande, quanto o respirar.
– Contudo, a “excelência”, assim como vem, também vai e há-de esfumar-se, mais uma vez
num projecto não concretizado e adiado eternamente. Para além de diversos problemas de ordem técnica que se prendem com o local de instalação e com o modelo a “construir”, colocam-se algumas questões:
– justifica-se ao nível concelhio, apostar num projecto que deve ter uma dimensão e influência regional?
– é este projecto prioritário, num concelho com outros problemas básicos por resolver e que são, esses sim, fundamentais para a melhoria da qualidade de vida das populações?
O PSD que agora quer um aeródromo de “excelência” (seja lá o que isso fôr!) é a mesma que nada fez até hoje para impedir a degradação da Linha do Oeste e em concreto a estação de caminho de ferro sediada no Concelho. E é, também, a mesma que oferece aos viajantes que chegam e partem de Óbidos por autocarro, condições deploráveis de embarque e desembarque.
A Coligação Democrática Unitária, considera que não havendo por parte das entidades competentes nada que obste ao funcionamento da actual pista de ultra-leves, deve a mesma ser reaberta, até ser encontrada uma solução de projecto, razoável e compatível com as necessidades de pequenas aeronaves.
Chega de projectos que são autênticos fugachos e que de concretizável nada têm. Óbidos merece uma gestão autárquica diferente e melhor.
A Coligação Democrática Unitária/Óbidos
































