Teve lugar no passado dia 2 de Fevereiro de 2013, pelas 15.00h, no Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada Professor João Evangelista – uma Assembleia Geral da Associação PATO, onde, entre outros assuntos se procedeu à eleição dos novos corpos sociais, para o biénio 2013/ 2014, que vieram suceder a direção demissionária. A mesma foi eleita por unanimidade pelos sócios presentes, comprometendo-se o novo corpo social a prosseguir com os objetivos de preservação da reserva natural local do Paul de Tornada, bem como continuar a cooperar na dinamização das atividades de sensibilização ambiental.
Desta forma, a comemoração do Dia Internacional das Zonas Húmidas, assinalado 2 de Fevereiro, foi feita através da eleição de um grupo de pessoas cujo compromisso e atividade se irá focar naquele que é o principal objetivo da Associação PATO: a defesa da Reserva Natural Local do Paul de Tornada.
A nova direção é composta por Ernesto Leite e Alexandre Bárbaro na Presidência e Vice-presidência, respetivamente, tendo como secretária Liliana Silva. Como responsável pela tesouraria fica Florbela Ferreira. Primeiro, segundo e terceiro vogal: Dora Jerónimo, João Vinagre e Ana Filipa Ferreira. Repetindo-se presidência nos restantes órgãos sociais.
O plano de atividades para o mandato vigente segue a linha de ação que tem vindo a ser adotada pela associação no que concerne a atividades de educação ambiental. Mantendo ações de investigação e conservação, o envolvimento das escolas e promovendo atividades práticas no campo para todas as idades.
Caso pretenda subscrever a nossa mailing list, e receber a divulgação das atividades que desenvolvemos, ou tornar-se sócio da Associação PATO envie um e-mail para: associacaopato@gmail.com, manifestando o seu interesse. Ou procure-nos através do facebook: Associação Pato
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O Paul de Tornada representa uma das últimas zonas húmidas interiores da zona Oeste de Portugal. É um local de elevado valor quer do ponto de vista ambiental quer educacional. São cerca de 25 hectares que estão permanentemente alagados, conferindo-lhe a designação de “Zona Húmida”, tal como foi definido pela Convenção de Ramsar.
Constituído por 45 hectares de terrenos baixos e planos, encontrando-se coberto por caniços em grande parte da sua extensão, é do ponto de vista faunístico muito relevante, tendo sido identificadas até ao momento 136 espécies. Destacando-se a Garça-vermelha Ardea purpurea, o Camão Porphyrio porphyrio, o Garçote Ixobrychus minutus e o Rouxinol-grande-dos-Caniços Acrocephalus arundinaceus, pela sua elevada dependência de zonas húmidas.
O Paul de Tornada assume ainda especial importância como ponto de paragem na rota migratória de muitas espécies que nidificam na Europa do Norte e rumam a África anualmente. No campo dos mamíferos, muitos são esquivos e de difícil observação devido aos seus hábitos essencialmente noturnos ou crepusculares, sendo estes detectados por vestígios, como pegadas e excrementos – tendo sido identificadas 13 espécies de mamíferos, como são os casos da Lontra Lutra lutra, o Texugo Meles meles e o Javali Sus scrofa de forma regular.
Também os anfíbios, dos quais se destacam as duas espécies de Relas: Rela-comum Hyla arborea e Rela-meridional Hyla meridionalis, recorrem ao Paul de Tornada como refúgio.
No Paul de Tornada destacam-se ainda duas espécies de répteis, dentro das nove inventariadas: o Cágado-mediterrânico Mauremys leprosa e o Cágado-de-carapaça-estriada Emys orbicularis. Há ainda a presença de Cobra-de-água-viperina Natrix maura e o Lagarto-de-àgua Lacerta shreiberi, como espécies associadas a zonas húmidas.
As águas do Paul albergam diversas espécies de peixes e de entre estas existem duas espécies exóticas, a Carpa Cyprinus carpio e o Pimpão Carassius auratus, que competem diretamente com as espécies da nossa ictiofauna. Dentro das espécies autóctones destaque para a Enguia Anguilla anguilla e do Ruivaco Rurtilus sp., este último uma espécie endémica do nosso país.
O Paul de Tornada, como zona húmida, também apresenta uma enorme diversidade de insetos, já que muitas espécies precisam do meio aquático durante a fase larvar, que ajudam a manter o equilíbrio deste ecossistema.
Ao nível da Flora o Paul é dominado visualmente pelo Caniço Phragmithes australis, designando o habitat dominante de Caniçal. Surgem contudo áreas dominadas por outras espécies tipicamente palustres, caso do Lírio-amarelo-dos-pântanos Iris pseudacorus, da Tabua Typha sp., e do Bunho Scirpus lacustris. A nível arbóreo é dominado por Salgueiros Salix sp., que povoam as valas limítrofes do Paul. Nos terrenos adjacentes dominam as culturas agrícolas e manchas florestais de Pinheiro-bravo Pinus sylvestris e Eucalipto Eucaliptus globulus.
Caldas da Rainha, 11 de fevereiro 2013
































