Agrupamento de Escolas Fernão do Pó

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No âmbito do evento “Hoje há…. Convidados”  a Biblioteca do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó convidou o incontornável jornalista Joaquim Letria (fundador do programa Tal e Qual e do jornal com o mesmo nome, entre outros) e o jovem jornalista Pedro Miguel Coelho (fundador do jornal Espalha-Factos) para conversarem com uma plateia diversificada de alunos e professores. A temática foi os Mass Media e as suas experiências profissionais, o poder da palavra e da imagem, das TIC, da hiperinformação e da globalização.
Numa época em que a eletrónica e o virtual dominam a nossa vida, foi muito bom ouvir dois excelentes comunicadores, de gerações tão diferentes, que connosco partilharam as suas vivências e expectativas, cativando toda a plateia. (…)
Esta iniciativa inseriu-se no culminar do trabalho realizado por três alunas do 10º ano da área de Ciências e Tecnologias – Rafaela Gonçalves, Cláudia Duarte e Mariana Guerreira –, no âmbito das disciplinas de português e inglês e que consistiu na investigação de vários artigos de opinião acerca dos “mass media”.
A apresentação do vídeo “Prometeus – The Media Revolution”, no qual se defende que daqui a pouco mais de uma década existirá um predomínio do virtual sobre a realidade, serviu de mote para a conversa com a plateia que encheu por completo o auditório do estabelecimento de ensino bombarralense.
Confrontados com esta teoria, foi interessante verificar que Pedro Miguel Coelho, jovem jornalista de apenas 21 anos, se mostrou mais céptico relativamente a esta previsão do que Joaquim Letria, jornalista do tempo do “Gutenberg”, como o próprio se definiu.
Para Pedro Miguel Coelho esta previsão não se irá confirmar, dando como exemplo o falhanço da rede social “Second Life”, através da qual se pretendia criar um ambiente virtual que simulasse a vida real e social do ser humano. “Os meios antigos são mais fiáveis que os virtuais”, referiu o jornalista.
Por sua vez, Joaquim Letria considera que o futuro irá “andar muito perto” do que nos é apresentado no vídeo.
Para justificar a sua afirmação, o jornalista começou por falar um pouco sobre a evolução dos vários suportes de comunicação usados ao longo da história da humanidade, focando, a titulo de exemplo, o facto dos correspondentes dos já extintos Diário Popular e Diário de Lisboa terem usado pombos correio para comunicar com os seus jornais.
Joaquim Letria defende que é importante conhecermos o que vem detrás para “sabermos como estamos e para onde vamos”.
Por outro lado, segundo referiu, as novas tecnologias estão promover o “desaparecimento do conceito tradicional de família”, fazendo com que passemos cada vez menos tempo juntos. Em jeito de brincadeira, deu como exemplo a sua própria família: “enquanto o meu filho mais novo está no computador, a minha esposa está com o iPad a ler as notícias, a empregada está a ver as novelas e eu estou a ver a Sport Tv”.
Questionado sobre o que o levou a escolher o jornalismo, Pedro Miguel Coelho referiu que é algo que desejou desde muito novo por gostar de escrever e ser curioso.
Já Joaquim Letria afirmou que decidiu abraçar a profissão de jornalista para poder “defender os mais fracos, dar voz a quem não a tem, denunciar o que está mal e combater as injustiças”.
Perante uma plateia com vários alunos com ambição de chegar a uma redacção, Pedro Miguel Coelho aproveitou para deixar alguns conselhos. Aguçar a qualidade, o estilo e a criatividade são requisitos essenciais para conseguir captar a atenção do leitor, frisou.
O jornalista salientou, por outro lado, a importância de não “deixar as consciências adormecer”, defendendo que “devemos ser críticos e procurar sempre o outro lado da história”.
Por sua vez, Joaquim Letria aconselhou os estudantes “a desconfiar sempre”, afirmando que “quando vemos mentiras nos jornais é porque o jornalista não desconfiou o suficiente”.
“A tua mãe diz que te ama? Investiga!”, dizia John Wheeler, jornalista americano com quem Joaquim Letria teve oportunidade trabalhar agência noticiosa Associated Press. “É apenas uma caricatura mas é um princípio”, concluiu o jornalista.

Agrupamento de Escolas Fernão do Pó

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