Os generosos põem as necessidades dos outros em primeiro lugar e isso contribui para o sucesso da empresa. No entanto, quando não se protegem, o seu investimento nos outros sobrecarrega-os, desgasta-os, atrasa-os no cumprimento dos objetivos do seu trabalho e enfrentam maior stresse e conflitos em casa.
Os generosos têm sucesso quando elevam os outros e não quando os atiram ao chão e embora sejam as pessoas mais valiosas de uma organização, os generosos têm maior probabilidade de entrar em burnout.
O exemplo mais comum é o dos professores que tentam responder as necessidades e solicitações de todos os seus alunos e, ao mesmo tempo, tentam “puxar” pelos alunos que demonstram mais dificuldades. Adicionar a estas tarefas (que exigem uma entrega ao outro – e a cada um dos outros!) todo um conjunto de trabalhos administrativos, burocráticos, reuniões, etc., faz com que o bom professor corra sérios riscos de entrar em burnout.
Mas o burnout pode acontecer em qualquer classe profissional, em qualquer ofício. Pegando num exemplo generalista que se poderá aplicar a muitos casos, imagine o leitor que na sua organização, o leitor decide dar uma mãozinha a determinado colega ou voluntariar-se para tomar conta de determinado assunto. Qual vai ser a tendência no futuro? – Claro, todos na sua organização vão contar com a sua preciosa ajuda. Entretanto o tempo passa e o caro leitor dá consigo submerso em emails e reuniões.
É frequente confundirmos generosidade com altruísmo e somos muitas vezes levados a acreditar que sermos amáveis significa estarmos disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para sermos generosos não precisamos de largar tudo e ir a correr em socorro do outro. Na verdade, para sermos eficazmente generosos devemos garantir que os ganhos em ajudar o outro, ultrapassam os nossos próprios custos. Devemos arranjar formas de ajudar sem esgotarmos o nosso próprio tempo e energia.
Agora vamos desafiar o nosso estimado leitor a localizar-se no espectro de generosidade. Leia os quatro tipos de generosos, reflita um pouco sobre si e sobre as suas relações com os colegas para determinar que tipo de generoso é:
Dominador – Vê toda a interação como uma oportunidade de avançar em frente nos seus interesses. Age como se merecesse sempre a atenção dos outros e não hesita em sobrepor-se ao tempo dos outros.
Correspondente – Troca favores de forma equitativa. Tanto é capaz de oferecer como de pedir. Espera sempre reciprocidade. Mantém uma postura defensiva de transação. Acrescenta pouco valor mas pode ser eficaz para lidar com o dominador.
Auto Protetor – Generoso com consciência dos seus limites. Em vez de dizer que sim a todos os pedidos de ajuda, ele procura oferecer uma ajuda de alto impacto com um baixo custo para si próprio de forma a sustentar a sua generosidade.
Indiferente – Enorme preocupação com os outros que se traduz em pouca atenção dada a si próprio e às suas necessidades. A sua generosidade não conhece limites o que o torna particularmente vulnerável ao Dominador. Ao ignorar as suas próprias necessidades, esgotam-se e, paradoxalmente, acabam por ajudar menos o outro.