O papel da formação profissional no desenvolvimento das empresas, das pessoas e do país e é o tema de uma breve conversa do Gabinae com Nuno Queiroz de Andrade, formador e Presidente da Associação Profissional de Formadores.
Sabrina Ribeiro (Gabinae): O Nuno é um dos formadores do Gabinae e, ao mesmo tempo, é presidente da Associação Profissional de Formadores. O que pretende a Associação?
Nuno Queiroz de Andrade (NQA): A Associação Profissional de Formadores foi criada após a realização de um evento nas Caldas da Rainha, no auditório da AIRO, em 2012. Nesse evento, pediram-me para falar sobre o futuro da formação e da profissão de formador. Nas conclusões da minha intervenção, apresentei o projeto da realização de um congresso nacional de formadores. Foi no desenvolvimento desse projeto que surgiu a necessidade da criação de uma associação de formadores de âmbito nacional. Entretanto, em 2018, vamos realizar o III Congresso Nacional de Formadores.
Gabinae: E quais são os objetivos da Associação?
NQA: A Associação foi criada por um conjunto de formadores seniores ligados ao mundo das empresas com o objetivo de consolidar e desenvolver a profissão de formador, aumentando a sua visibilidade e representando-a publicamente. Em 2018, a Associação completou cinco anos e nestes primeiros anos estamos a mobilizar todos os formadores do país numa única estrutura coletiva.
Gabinae: É como se fosse um sindicato?
NQA: Não. O nosso objetivo, que está demonstrado nas atividades que realizamos, é o de promover a qualidade e a credibilidade do trabalho dos formadores no apoio que dão ao desenvolvimento das empresas e das pessoas. Os formadores são fonte de estabilidade e de desenvolvimento, das pessoas e das empresas. Por exemplo, uma das primeiras iniciativas que realizámos foi redigir e aprovar um código deontológico de formadores. Este código enuncia os valores e define as regras do comportamento profissional que todos devem esperar dos formadores.
Gabinae: Que resultados pretendem alcançar com essas iniciativas que organizam?
NQA: A longo prazo, pretendemos vir a constituir uma câmara profissional de formadores. Uma câmara profissional, segundo a legislação em vigor, assume os poderes do Estado para definir e regular as regras técnicas e deontológicos de acesso e exercício de uma profissão. Queremos que o Estado entregue aos próprios formadores o poder de definir as regras da profissão porque estamos convencidos de que dessa forma conseguimos responder com mais eficácia às necessidades das empresas e das pessoas.
Gabinae: E o congresso de formadores de que falou?
NQA: Este ano vamos realizar o terceiro congresso de formadores. Nos congressos que realizámos convidámos os parceiros sociais, representantes do Governo, investigadores e especialistas ligados às universidades, as empresas de formação e, claro, todos os formadores. Este ano, também já iniciámos este processo. Queremos debater com todos os interlocutores o impacto da formação nas empresas e na sociedade.
Gabinae: Esse é um tema importante?
NQA: Tem a maior importância. A formação é uma das vias mais poderosas para promover o desenvolvimento. São os formadores que, no mundo do trabalho e dos negócios e também no setor social, criam e difundem o conhecimento necessário para a promoção da criatividade e da inovação, a melhoria da produtividade, a mudança da atitude e das mentalidades, a geração da confiança e da iniciativa e o reforço das qualificações.
Gabinae: O que podem as empresas pedir aos formadores?
NQA: Numa palavra: resultados. O papel do formador é ajudar a transformar o conhecimento disponível em soluções úteis e aplicáveis, que respondam às necessidades de melhoria das pessoas.
Sandrina Ribeiro
Gabinae, Lda.



































