Na sua muito recente tomada de posição (setembro2017) a Plataforma Europeia para a ALV- Aprendizagem ao Longo da Vida, – Reimagining Education for the Digital Age recordava-nos:
“Não é a tecnologia digital que cria mudanças na educação/formação, uma mudança de metodologia é que o faz!”
O investimento em pessoas e o alargamento do acesso a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida são tão importantes quanto o investimento em tecnologia digital. É por isso que eles têm que se acompanhar de perto. A tecnologia digital pode apoiar e melhorar a aprendizagem das pessoas e, igualmente importante, ao contrário do que aplicam muitos decisores e “opinion makers” resistentes, as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida capacitam as pessoas a usar a tecnologia digital de forma eficaz e de forma responsável e aproveitam plenamente sua “experiência digital”.
São como o dois em um. Aprende-se e usa-se a tecnologia.
Bom, mas isto só pode fazer-se quando Todos/as o assumirmos conscientemente nas nossas ações. Como é possível mais de 80% dos nossos alunos de ensino superior se capacitarem para um mundo digital que vão enfrentar se, saem diplomados, não tendo uma oportunidade de experimentarem uma aprendizagem eletrónica (seja: elearning; Mooc; redes sociais; youtube; sequer um webinar ou uma conferência via web). Aflitivo, não acham? Se já não o toleramos à saída do 12º ano como é possível tal estar a acontecer no ensino superior?
Mas, atentos ao que se passa nas nossa empresas a preocupação é maior:
“Com efeito, dados de 2015 relativos à formação contínua proporcionada pelas empresas revelam que apenas 18,3% das empresas que responderam ao Relatório único promoveram ações de formação para os seus trabalhadores, sendo que destes, 62% estavam ao serviço de empresas com 500 ou mais trabalhadores (uma ínfima parte do nosso tecido empresarial como é sabido…). “In Aprender Magazine/setembro 2017, Conceição Matos, diretora do departamento de formação profissional do IEFP.
E, já agora, saiba que até final de 2017 (18 anos após o advento do eLearning) o IEFP vai ter as suas duas primeiras UFCD’s (Unidades de Formação de Curta Duração) no Catálogo Nacional de Qualificações em eLearning…! Enfim, estão a chegar lá. Uma orientação geral para todos os centros de Formação a este propósito está sempre a tempo.
Por muito que se proclame e seja evidente aos olhos de qualquer cidadão informado não é com este modelo e acima de tudo com metodologias, mesmo ditas ativas, que se vai resolver este déficit catastrófico para o País de Futuro que é Portugal. É como então?
Pois repetimos (até que a voz nos doa!) que é na tal dita Tecnologia e nos modelos aplicados de aprendizagem colaborativa e de pedagogia centrada no aprendente que ela vai ser conseguida.
Concluindo
A realidade aumentada, a realidade virtual e a gamificação (gamificação é, basicamente, usar ideias e mecanismos de jogos para incentivar alguém a fazer algo), associadas a outras tecnologias de comunicação/aprendizagem/treino, como quizzes, podcasts, aplicativos e vídeos, entre outros, apresentam estratégias de aprendizagem adaptativas e personalizadas e contribuem para a criação de ecossistemas de aprendizagem inovadores.
Resta um alerta! Aqui fica, porque o País é movido por um setor público muito forte e preponderante “et por cause”.
Existe um fenómeno global de merchandising digital da educação/formação que está em movimento rápido e avassalador (web summit vinci). Grandes empresas digitais e, as do GAFAM em particular (Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft) estão a impor os seus padrões na educação, introduzindo equipamentos escolares, mas também práticas de ensino automáticas impulsionadas pela IA-inteligência artificial que tem sinal visível nos Robots aprendentes e com emoções e que agora também são capazes de ensinar (exemplo em desenvolvimento na Universidade do Minho em cooperação com a Bosch).
Estejam atentos aos próximos movimentos e esperem-lhe pela pancada! Vai ser forte e exigente!