João Santos volta a dirigir uma escola “complexa, difícil e interessante”, que está “aberta ao mundo numa infinidade de relações”, como referiu na tomada de posse, que decorreu no passado dia 16 de dezembro.
Do plano da escola para os próximos anos destaca o estreitar de relações com outras entidades, dentro e fora da escola. A nível interno prevê a realização de uma reunião semestral com os delegados de curso e associação de estudantes, de modo a permitir um maior envolvimento na vida da escola e promover as atividades dos jovens.Por outro lado, pretende estreitar relações com entidades como a AIRO e a OesteCIM, contribuindo para o “enriquecimento da Rede Cultura 2027 e para o desenvolvimento das empresas numa ligação às artes e ao design, focada na sustentabilidade e na qualificação da região como atrativa e com grande qualidade de vida por causa das artes”, explicou.
Tendo em conta o papel fundamental das escolas de artes na inovação, e que devem ser aliadas no desenvolvimento tecnológico, João Santos, realçou a colaboração com o Laboratório de Investigação em Design e Artes (LIDA) como sendo “fundamental para a criação de ligações fortes à região em áreas de investigação que envolvam o bem-estar das pessoas, o design, a produção cultural ou as artes performativas”. Também as oportunidades dadas pela Universidade Europeia foram realçadas, a par do reforço do orçamento para a Cultura e para o Erasmus +.
A nova direção quer também criar uma comissão para a internacionalização que envolva pessoas da escola e antigos alunos. “Temos alumni muito relevantes no design, nas artes e outras áreas mais tecnológicas espalhados por vários países, com uma experiência de mundo muito interessante e que podem ajudar-nos, inclusive a encontrar outros parceiros”, disse.
No campo interno está previsto o funcionamento de mais um mestrado, em Artes do Som e da Imagem, e a criação de um laboratório de realidade digital. “Estamos a começar a fazer investimento na realidade virtual, aumentada, em áreas de animação mais tecnológicas e, ao mesmo tempo, mantendo as tradicionais”, concretizou. A longo prazo, há o projeto de criação de um doutoramento numa destas áreas.
A criação de uma zona de maior fruição entre a ESAD e a entrada da cidade foi outra das propostas apresentadas pelo diretor, mostrando o seu interesse na construção de um jardim no espaço exterior à escola e que está à guarda da junta de freguesia, bem como na criação de uma ciclovia entre o Centro de Artes e a escola.
Por outro lado, reconheceu os problemas que têm por se terem “tornado uma escola de grandes dimensões”, sobretudo relacionados com a complexidade, as leis e a carga burocrática. “Temos sérios problemas de crescimento. Estamos no limite do número de estudantes e de pessoas que conseguem habitar neste edifício e neste espaço” disse, agradecendo o apoio ao município ao nível da cedência de instalações.
A abertura da sessão de tomada de posse ficou a cargo de Teresa Fradique Ribeiro, presidente do Conselho de Representantes da ESAD, que agradeceu ao diretor e sua equipa a “disponibilidade para dar continuidade ao projeto da escola em condições tão severas e exigentes como as que a situação pandémica atual impõe” e lembrou que a nova direção foi eleita por “amplo consenso”.
Também presente na cerimónia, o presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, reconheceu a importância da escola caldense, atualmente com 1625 alunos, no contexto do Politécnico, da região, do país e no mundo. Sobre João Santos, disse tratar-se das “pessoas mais desafiantes que temos, porque é participativo, pensa sobre os assuntos e se prepara, porque é crítico, porque dá luta. É alguém que, enquanto pessoa, profissional e diretor, admiro”, concluiu.
Na cerimónia tomaram também posse os subdiretores. A João Mateus e Sérgio Gonçalves, que vinham da anterior direção, junta-se Paulo Silva. ■

 

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