As Jornadas Pedagógicas do AERP proporcionaram uma reflexão sobre o tempo, que tem de se desdobrar para atender a cada vez mais alunos
“O tempo que se perde” foi o mote das Jornadas Pedagógicas do Agrupamento de Escolas Raul Proença, que decorreram a 10 de setembro, no grande auditório do CCC.
Presente esteve a secretária-geral da Administração Escolar, Maria Luísa Oliveira, que anunciou a criação da Agência para a Gestão do Sistema Educativo, que funde o IGeFE, a DGAE e a DGEST.
“Esta agência vai ter uma missão muito clara: gerir com maior agilidade e transparência os recursos humanos e financeiros das escolas”, afirmou. “Pretendemos apoiar a autonomia das unidades orgânicas, promovendo soluções adaptadas às realidades locais, reforçar a articulação com os municípios, valorizando a cooperação interinstitucional e o papel das autarquias na educação, trazer também as CCDR e o seu papel de promoção da coesão territorial e social, simplificar e digitalizar os processos administrativos, e alinhar a administração escolar com os compromissos europeus e com as expectativas das famílias e das comunidades”, continuou.
A Inteligência Artificial será uma forte aliada da agência. Tal “justifica a transferência de parte das competências e dos recursos humanos da unidade orgânica da Fundação da Computação Científica Nacional (FCCN)”. “Uma parte dos serviços digitais da FCT vai passar também para a agência, para nos ajudar nesta transformação, que não vai ser de um mês ou dois”, revelou ainda.
“Também está a ser construído um registo biográfico digital, em partilha de dados entre o IGeFE e a DGAE”, por forma a minimizar “problemas em termos de colocações”.
“Não queremos que esta agência seja uma estrutura distante”, expressou ainda, apontando como “compromissos do governo” a “valorização da carreira docente; o reforço da formação contínua dos professores; o investimento na modernização das infraestruturas escolares e a promoção de ambientes educativos seguros, estimulantes e inclusivos”.
Durante a Reunião Geral de Professores, o diretor do AERP, João Silva, deu conta de terem sido colocados, este ano, 79 novos professores, sendo que ainda há vagas por preencher decorrentes de baixas médicas (cerca de 15). “Não vai ser fácil preenchê-las”, disse, acrescentando que este ano letivo se vão continuar a reformar professores, “e, nos próximos cinco, seis anos, isto vai acelerar”.
O diretor destacou ainda o aumento dos alunos estrangeiros no agrupamento. Em 2024, eram 623, ou seja, 22% do total, com 41 proveniências diferentes. Este ano são 697, o que representa 24% dos alunos, apresentando 46 nacionalidades.
Referiu também que “ainda existem vários alunos na cidade por colocar, os agrupamentos vão ter de se entender entre si para o fazer, mas, só no 5.º ano, temos 30 alunos em supranumerário. No 6.º e 7.º anos a pressão também está grande”.
De referir ainda a escassez de assistentes operacionais verificada no passado ano letivo, com o acréscimo, este ano, da de assistentes técnicos, tanto na escola sede como na EB de Santo Onofre. Devido à idade dos professores, também se perde tempo de crédito horário, muito usado para dar apoio a quem tem necessidades educativas específicas.
A proibição dos telemóveis mantém-se para os 1.º e 2.º ciclos. “Foi absolutamente pacífico”, comenta o diretor a propósito da aplicação da medida no ano letivo passado. Os alunos do 3.º ciclo serão sensibilizados para usarem menos o aparelho.
João Silva anunciou ainda que 97% dos alunos da Raul Proença que concorreram ao ensino superior foram colocados numa das suas três primeiras opções, com 77% a entrar na primeira. ■































