“A Responsabilidade Social das organizações deve ser encarada como uma componente de uma cidadania activa”

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notícias das CaldasO que é a responsabilidade social das empresas? Para que serve? Qual a sua importância na economia actual?
Foi para responder a estas e outras perguntas que a AIRO realizou no passado dia 12 de Outubro o seminário “Positivamente – Do conhecimento à acção Responsabilidade Social das Empresas”.
No auditório estiveram cerca de 250 pessoas, na sua maioria alunos da Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO).
João Dinis, consultor da AIRO, explicou que a Responsabilidade Social de uma empresa consiste em esta “aperceber-se do impacto das suas actividades e decisões na sociedade em geral e encontrar mecanismos para reduzir os seus impactos negativos”. Uma atitude que deverá traduzir-se em acções voluntárias das organizações, realizadas de forma regular e não pontualmente.

O orador disse que uma empresa que incorpore boas práticas de Responsabilidade Social contribui para um desenvolvimento sustentável e ganha maior atractividade no recrutamento de colaboradores pois fica socialmente bem vista e consegue empregar e reter talentos mais facilmente. É que este tipo de empresas conta com trabalhadores mais motivados porque as pessoas gostam mais de trabalhar neste tipo de organizações com preocupações e práticas sociais.
Exemplos de Responsabilidade Social podem ser as empresas que fazem parcerias com outras para obter descontos e benefícios para os seus trabalhadores, que oferecem ao trabalhador uma folga no seu dia de aniversário, ou que encaram sem receios a flexibilidade laboral.
Segundo João Dinis, uma empresa cidadã deverá antes de mais perceber quem são os seus stakeholders (partes interessadas envolventes) e qual o impacto positivo ou negativo que sobre eles exerce para depois ver que práticas poderá realizar a fim de minimizar os efeitos negativos ou maximizar os positivos.
Alertou ainda que a Responsabilidade Social tem de estar em harmonia entre aquilo que é a imagem exterior da empresa e aquilo que esta faz internamente. ”Há empresas que fazem exteriormente acções em que ficam bem na fotografia, mas internamente não respeitam as condições de trabalho nem a legislação laboral ou exploram os trabalhadores”, disse.
Manuel Biltes, da Associação Empresarial de Portugal (AEP) chamou a atenção que aquilo que a empresa é obrigada a fazer, mesmo que tenha um impacto social muito positivo, não é Responsabilidade Social. “Uma empresa que não é obrigada a reciclar ou reutilizar resíduos e que o faz, é Responsabilidade Social, mas se a lei o exige, esta não faz mais do que o seu dever e isso não é Responsabilidade Social”, afirmou.
Durante o debate que se seguiu, Francisco Ferraz, professor da ETEO, interveio para chamar a atenção da importância das parcerias entre as empresas e os estabelecimentos de ensino e lamentou que alguns empresários não aceitem jovens estagiários nas suas organizações, no que será “um bom exemplo daquilo que não é a Responsabilidade Social”.

 

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