Consultora financeira Maxfinance abre nas Caldas

A Contoeste, gabinete de contabilidade com sede em Peniche, abriu nas suas instalações das Caldas da Rainha uma loja da Maxfinance, a consultora financeira do grupo Remax em Portugal.
Esta loja dedica-se principalmente à contratação, consolidação e reestruturação de créditos junto de instituições financeiros. Embora os serviços de consultoria da empresa estejam disponíveis nas Caldas há dois meses, a inauguração oficial da loja teve lugar a 15 de Dezembro, com a presença do director-geral da Maxfinance, João Martins.
Mário Cepa, proprietário da Contoeste, explicou que há muitos anos que se dedicava à consultoria financeira com os seus clientes do gabinete de contabilidade, mas tendo em conta a actual conjuntura económica decidiu associar-se “a um parceiro forte”.
Segundo o empresário, o “alvo preferencial” da loja caldense da Maxfinance serão as empresas, até por causa da sua carteira de clientes do gabinete de contabilidade que desta forma poderão usufruir de serviços complementares, mas há também muitos particulares que podem ser beneficiados por este serviço.
A abertura da Maxfinance nas Caldas, para o qual foi constituida uma empresa com capital social de 50 mil euros e que tem como único sócio Mário Cepa, fez criar cinco novos postos de trabalho que se juntam aos outros 10 funcionários que já trabalhavam na Contoeste, criada há 22 anos.
O director-geral da Maxfinance referiu que esta empresa, com capitais 100% nacionais, tem vindo a crescer e até ao final do ano terá 59 lojas em todo o país, para fazer consultoria financeira preventiva, evitando que os clientes cheguem a situações de difícil resolução. João Martins acredita que em 2011 as famílias portuguesas vão precisar muito deste género de serviços, até porque fazem um acompanhamento pessoal que lhes permite proporcionar as melhores soluções. “Há casos em que reduzimos o valor da prestação mensal em 50%”, comentou.
Por vezes, a empresa também actua ao nível dos rendimentos dos particulares que recorrem aos seus serviços, conseguindo algum emprego temporário que lhes permita fazer alguns pagamentos em atraso. “Em vez de estar a pedir um novo crédito para pagar as prestações em falta, a pessoa pode ter um trabalho temporário ao fim-de-semana numa superfície comercial, por exemplo”, contou João Martins.
Segundo João Martins, ao contrário do que acontece no estrangeiro, em Portugal ainda não é habitual recorrer-se à consultoria financeira. É um serviço a que habitualmente apenas recorrem consumidores já com problemas nos pagamentos dos créditos, quando deveria ser encarada como um serviço básico, pois pode-se actuar na boa gestão dos orçamentos das famílias, evitando e prevenindo situações de sobreendividamento e créditos malparados no sistema bancário
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Falhas na energia eléctrica motivam criação de grupo distrital
Ao longo de 2010, os empresários do distrito de Leiria uniram as suas vozes por diversas vezes alertando para os prejuízos provocados nas suas actividades pelas falhas no abastecimento de energia eléctrica no distrito. Depois de terem levado a cabo um inquérito onde os empresários concluíam que os sucessivos cortes eram um entrave à competitividade, a Nerlei fez pressão junto da EDP para que o problema fosse resolvido, tendo conseguido a realização de uma série de reuniões e visitas às empresas mais afectadas, entre outras iniciativas.
A distribuidora prometeu investimentos na ordem dos 75 milhões de euros no distrito, dos quais 25 milhões já terão sido concretizados neste ano. Mas o certo é que os cortes continuam a verificar-se, e ainda nos passados dias 4 e 5 de Dezembro a luz faltou durante um dia a milhares clientes da EDP do distrito. A Nerlei, associações de vários sectores de actividade, forças políticas e autarquias voltam agora a juntar-se e vão criar um grupo de trabalho para acompanhar o fornecimento de energia eléctrica, bem como a eficácia e o cumprimento dos investimentos anunciados pela EDP no distrito de Leiria. O grupo deverá contar com o apoio técnico do Instituto Politécnico de Leiria.
A decisão de criar este grupo de trabalho foi tomada no passado dia 20 de Dezembro, numa reunião promovida pela Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria, que vai liderar a constituição do grupo. Agendada com urgência, depois dos cortes de energia ocorridos nos dias 4 e 5 de Dezembro terem provocado prejuízos avultados em várias empresas do distrito, a reunião juntou deputados do PS e Bloco de Esquerda na Assembleia da República, autarcas de Alcobaça, Porto de Mós, Batalha, Marinha Grande e Pombal, representantes de diversas entidades regionais das áreas da indústria, comércio, serviços e turismo, que tiveram oportunidade para dar conta da gravidade dos prejuízos causados pelos cortes na energia eléctrica. Além dos danos materiais, as falhas no abastecimento de energia repercutem-se ainda na impossibilidade que muitas empresas, sobretudo as exportadoras, têm de cumprir prazos de entrega, o que se verifica na indústria da cerâmica, moldes e plásticos. De acordo com os empresários, a imagem das empresas no exterior fica prejudicada, numa altura em que tanto se fala da importância de exportar para ultrapassar a crise.
Da parte da EDP estiveram presentes o director da Área de Rede e Clientes Tejo, Fernando Pais Rocha, e os directores comerciais e de manutenção, que explicaram os investimentos feitos em 2010 e previstos para 2011 e 2012, que deverão contribuir para a modernização dos sistemas de transporte e distribuição da energia e para a manutenção do serviço. A discussão em torno das falhas na energia eléctrica tem sido recorrente e não obstante o investimento já feito pela empresa distribuidora, o certo é que não tem havido grande melhoria numa situação que se arrasta há mais de uma década. Por isso mesmo, na reunião do passado dia 20 alguns dos presentes disseram “basta”.
Para o presidente da CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes, “chega de boa vontade de algumas pessoas da EDP e de insistência nossa”. Leonel Costa salientou ainda que “não deveria ser necessário conversar tanto para resolver este problema”.
Já o responsável distrital da Associação Nacional de Jovens Empresários defendeu que deveriam estar na reunião pessoas com real capacidade de decisão dentro da EDP, que não deve ter para com as empresas “uma atitude de mero fornecedor”. Para João Matias seria ainda importante que alguém do Governo estivesse também presente para se comprometer com acções concretas.
Por usa vez, o presidente da direcção da Nerlei, José Ribeiro Vieira, apelou aos deputados presentes para fazerem chegar as queixas ao Governo. Odete João, deputada do PS, lembrou que já neste mês a questão foi abordada pelos deputados socialistas eleitos pelo círculo de Leiria e Heitor de Sousa, eleito pelo BE, falou da importância do grupo de trabalho que será constituído ir até à Assembleia da República apresentar o problema na Comissão de Economia e Finanças.
Em resposta às queixas dos presentes, Fernando Pais Rocha reconheceu que o fornecimento de energia pela EDP no distrito de Leiria “não é o desejável”, mas prometeu melhorias, “na medida do possível”. O director da Área de Rede e Clientes Tejo da empresa garantiu que ao longo do ano que agora termina já foram investidos no distrito cerca de 25 milhões de euros, prevendo-se novos investimentos para 2011 e 2012, de 30 e 20 milhões de euros, respectivamente. Entre os trabalhos que deverão contribuir para melhorar o serviço, o responsável destacou a criação de uma nova subestação em Leiria, a remodelação da subestação de São Jorge e o reforço/ reconfiguração da rede de média tensão em Vieira de Leiria. Em Alcobaça a EDP levou já a cabo obras de remodelação da rede de distribuição de energia eléctrica de média tensão, realizadas em 2009 e 2010 e que custaram cerca de 2 milhões de euros.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























