Vários Sabores está em franca recuperação e reabre terceiro turno

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Empresa caldense teve forte impacto nas vendas no início da pandemia, mas tem vindo em recuperação. Novos projetos permitiram regressar à produção a 24 horas no início do mês e a perspetiva é voltar aos números pré-covid ainda este ano

A Vários Sabores Produtos Alimentares, SA, que tem atividade na produção de pastelaria, voltou esta semana a laborar a 24 horas por dia, o que já não acontecia desde abril do ano passado, quando a pandemia tomou de assalto o país e levou uma importante fatia da produção da empresa.
A empresa, sediada nas Caldas da Rainha, voltou a ter necessidade de ter a fábrica em laboração contínua graças “a um grande projeto” com uma reconhecida cadeia de supermercados espanhola para a produção de salame de chocolate, refere Paulo Mateus, presidente da empresa.
“Em Espanha não têm salame de chocolate, mas a empresa percebeu que os espanhóis, quando vinham a Portugal, levavam o produto quase como um souvenir, para oferecer aos amigos e familiares, e decidiu introduzir o produto em todas as lojas”, conta Paulo Mateus.
O produto vai ser introduzido de forma experimental. Apesar de não haver histórico no mercado do país vizinho para este produto, o empresário acredita que “vai funcionar bem”. Para o primeiro mês, a empresa vai produzir cerca de 90 mil salames.
Para assegurar o novo turno, a Vários Sabores recrutou 10 novos colaboradores.

Investimento em tecnologia permitiu optimização das linhas de produção

Voltar aos níveis pré-covid
Este projeto, aliado a um conjunto de novos produtos que a Vários Sabores tem vindo a lançar para a várias cadeias de supermercados nacionais, vai permitir à empresa voltar a ter produção e volume de negócios em níveis idênticos aos primeiros meses do ano passado, antes da pandemia chegar a Portugal.
Em março do ano passado a empresa teve um crescimento homólogo na ordem dos 22%, mas em abril registou uma quebra na ordem dos 50%, provocada pela paragem de parte significativa dos seus clientes, nomeadamente as empresas de catering para a aviação e o canal horeca.
“Foi uma fase muito difícil”, realça Paulo Mateus. A empresa tinha 94 colaboradores, teve que dispensar os 12 que tinha em regime temporário, e depois reduzir para cerca de 50 o número de colaboradores do quadro até setembro.
Desde então tem vindo a recuperar de forma progressiva depois da retoma do lay-off, em julho. O caminho da recuperação passou pelo investimento em tecnologia, “para otimizar os processos e sermos mais competitivos”. Em dezembro do ano passado, a quebra de faturação homóloga já tinha reduzido para os 10%.
Em agosto, Paulo Mateus espera ter que aumentar novamente a equipa para a casa dos 70 colaboradores.
No início do ano a empresa já crescia a um ritmo próximo dos 20%. Com os novos projetos “estimamos aumentar para a casa dos 50%, o que há uns meses atrás era impensável”, afirma Paulo Mateus.
Entretanto, a empresa está a reabilitar a antiga fábrica na Ribafria (Benedita), onde vai instalar uma nova empresa satélite, a Original Flavours – Positive Food, que se vai dedicar a produtos sem gluten e com variantes sem açúcar, vegan e biológicos. ■

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