Uma esplanada na avenida

3
2043

1Abriu recentemente na Avenida da Independência Nacional, junto ao Parque Infantil, o café Galeria Esplanada, cujo espaço foi concessionado pela Câmara Municipal a Luís Romão, empresário de Peniche que vive nas Caldas há 15 anos.
“Sempre estive ligado ao sector empresarial e depois de ter saído da banca, agora tenho uma marca de café, criada por mim”, disse o empresário, responsável pela marca registada Emotions Café, lançada em Junho de 2013 e que dá a imagem à Galeria Esplanada.
Luís Romão ficou com a concessão do espaço através de hasta pública. Disse que se interessou pela esplanada devido à sua localização central e por estar junto ao parque infantil. Para a adequação do quiosque a café – em equipamentos, mobiliário e publicidade – o empresário investiu nove mil euros.
A concessão do espaço é por seis anos, renovável, com preferência para quem está com o espaço, com uma renda mensal a pagar à autarquia que, apesar de ser pública, o empresário não quis divulgar.
À frente do negócio está Olga Sousa, empresária caldense que possui a Galeria Café, junto ao Vivaci. “No dia em que a Galeria Café fez 12 anos aceitei o desafio de Luís Romão de abrir um segundo espaço, aqui na Avenida”, disse a responsável.
Neste estabelecimento comercial há disponível ao público um pouco de tudo o que diz respeito à cafetaria desde os folhados, sandes, tostas, bebidas e gelados. “Temos vários produtos caseiros e apostamos na qualidade”, disse Olga Sousa. Neste espaço também se vende tabaco.
Olga Sousa contratou duas pessoas para trabalhar na Galeria Esplanada, que vai estar aberta todos os dias entre as 7h00 e as duas da madrugada. Os dois empresários – Olga Sousa e Paulo Romão – estão a pensar realizar eventos no local, desde animação para os mais novos a música ao vivo.
O Galeria Esplanada tem 18 meses e capacidade para 72 pessoas sentadas. Em breve a esplanada “vai ser fechada com uma estrutura de materiais transparentes que permitem ver a chuva”, disseram os seus responsáveis. No Inverno, a Galeria Esplanada vai ter aquecedores em nome do conforto dos seus clientes.
A marca Emotions Café, de Paulo Romão, está registada e é distribuída a partir do Oeste por vários pontos de comercialização. Actualmente “desde as Caldas até à Nazaré temos contratados 40 clientes com a nossa imagem”, disse Luís Romão.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

- publicidade -

3 COMENTÁRIOS

  1. Pode ser aceitável a Câmara alugar o espaço para uma determinada, definida e estrita atividade. Mas dada a sua contiguidade a um espaço público inserido numa zona de alto valor acrescentado, deve ser a Câmara Municipal, através dos seus serviços culturais, a determinar e escolher as atividades culturais e lúdicas que ali podem ocorrer em ordem a respeitar os interesses da população caldense que paga os seus impostos, incluindo IMI dos imóveis ali presentes. A população residente no local deve ter, por isso, uma palavra a dizer em relação ao tipo de eventos a que vai estar sujeito à porta de sua casa. De contrário estaremos a assistir a uma privatização crescente do espaço público, de consequências imprevisíveis e, como se sabe, a tranquilidade, indispensável ao equilíbrio da personalidade, é valor fundamental ainda que difuso mas a que só se dá valor quando se perde. Relembro que existe um espaço próprio para eventos culturais no CCC e que acontece situação semelhante em relação ao bar/restaurante deste Centro Cultural.

  2. Não me oponho à existência de esplanadas no espaço público, desde que tal se traduza numa qualificação do ambiente social e respeitem a lei do ruído escrupulosamente, nomeadamente o direito à tranquilidade. Tenho mais reservas quando estas esplanadas são abusivamente instaladas em zonas comuns de condomínios, quando estas o são de facto. Os residentes escolhem os prédios onde habitam também ponderando a existência de áreas comuns com o desafogo a que têm direito e previstas nos planos de arquitetura. Nestes casos quem deve autorizar será a Assembleia de Condóminos, por unanimidade, isto é, sem oposição, dado ser uma alteração de uso. Como se sabe nenhum condómino pode ocupar indevidamente por qualquer forma uma parte comum pertença de um condomínio. Muitas áreas de prédios que são de facto partes comuns foram erradamente consideradas como via pública há 20, 30 ou 40 anos atrás mas as retificações podem e devem ser feitas a todo o momento.
    Voltando às esplanadas no meio do passeio público, chamo a atenção para a necessidade de bom senso por parte dos proprietários e clientes que fumam indiscriminadamente, pois de facto os peões devem circular nos passeios sem que a sua liberdade pessoal e liberdade de determinação sejam beliscadas e sem serem forçados a respirar o fumo de tabaco de clientes ali sentados (sem terem que se desviar para a estrada onde passam viaturas)o que me parece uma situação de ofensa à saúde, ainda que a perturbação seja ocasional mas tende a ser frequente dada a profusão destas situações, o que será sempre de evitar. A cidade está a qualificar-se, a ganhar dinâmica mas nunca se devem esquecer os direitos e valores fundamentais, tranquilidade e saúde.

  3. Tenho dificuldade em aceitar pontos de diversão, onde existem maioritariamente, locais de habitação. É apenas uma opinião, repeitando o que está feito.