Turismo em ligeira subida no Oeste com procura redistribuída

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Região regista crescimento de 1,2% nos hóspedes e 0,3% nas dormidas, com Caldas, Alcobaça e Lourinhã a ganhar quota aos destinos tradicionais

O período de janeiro a julho deste ano confirma um crescimento moderado dos dados do turismo na região, mas com uma alteração de padrão. Apesar de ligeiras quebras em alguns destinos tradicionalmente dominantes, a região apresenta sinais de maior distribuição da procura turística, numa tendência que reflete a maturação do setor e a diversificação da oferta regional.

A região Oeste registou no acumulado dos primeiros sete meses do ano um total de 436.036 hóspedes e 854.108 dormidas, valores que representam crescimentos homólogos de 1,2% e 0,3% respetivamente, face ao mesmo período de 2024. Estes números inscrevem-se numa trajetória nacional de crescimento que viu o país atingir 3,4 milhões de hóspedes (+4,3%) e 9,4 milhões de dormidas (+3,5%) no mesmo espaço temporal.

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A análise da distribuição por segmentos revela uma estrutura consolidada, mas em evolução na região Oeste. A hotelaria mantém a dominância com 74,9% dos hóspedes (326.554) e 72,5% das dormidas (619.343), registando crescimentos homólogos de 2,0% nos hóspedes e 0,6% nas dormidas.

O alojamento local, representando 17,4% dos hóspedes (75.880) e 20,5% das dormidas (174.880), apresenta uma contração de -4,4% e -2,9%, respetivamente, refletindo uma tendência nacional de estabilização deste segmento após anos de crescimento exponencial.

O turismo rural emerge como o segmento mais dinâmico, com 7,7% dos hóspedes (33.602) e 7,0% das dormidas (59.885), registando crescimentos robustos de 6,0% e 7,5% respetivamente. Esta expansão reflete a crescente procura por experiências turísticas mais sustentáveis e personalizáveis.

Nos principais destinos do Oeste, quatro concelhos surgem em ascensão nestes sete meses, enquanto três registam quebras.

Lourinhã surge como o concelho com maior dinamismo relativo, registando aumentos de 13,3% nos hóspedes (14.032) e 13,6% nas dormidas (43.844). Com uma estadia média de 3,1 noites, é o concelho onde este indicador é o mais elevado na região.

Alcobaça consolida-se como segundo melhor desempenho relativo, com crescimentos de 12,1% nos hóspedes (43.677) e 14,2% nas dormidas (73.047). Caldas da Rainha apresenta um crescimento de 6,0% nos hóspedes (54.921) e 1,6% nas dormidas (111.944), aproximando-se assim dos quatro concelhos mais procurados na região.

Desses quatro, Torres Vedras completa o quarteto de concelhos em crescimento com 3,9% nos hóspedes (79.344) e 0,6% nas dormidas (162.330). É o concelho da região com mais dormidas nestes primeiros sete meses do ano, ultrapassando assim Óbidos.

Por seu turno, Nazaré, apesar de manter a liderança regional em volume absoluto no que aos hóspedes diz respeito (80.789), regista quebras de 5,6% neste indicador e de 4,4% nas dormidas (135.686). Peniche apresenta declínios de 5,1% nos hóspedes (61.846) e 4,4% nas dormidas (128.776). Óbidos regista a menor variação negativa do trio, com 1,1% nos hóspedes (79.277) e 1,8% nas dormidas (160.550), mantendo-se como um dos principais polos turísticos regionais, sendo o segundo concelho com mais hóspedes e o segundo com mais dormidas.

Os números indicam uma redistribuição, ainda que ligeira, do turismo por mercados menos tradicionais. Os quatro concelhos com mais hóspedes e dormidas continuam a representar mais de dois terços do total no Oeste, mas baixaram em ambos os indicadores da casa dos 70%, enquanto Caldas da Rainha, Alcobaça e Lourinhã ganharam quota. Os restantes cinco concelhos da região (Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Bombarral e Sobral de Monte Agraço) absorvem 5,1% dos hóspedes que visitam o Oeste e 4,4% das dormidas.

Recorde-se que em 2024 o Oeste recebeu um total 795 mil hóspedes (dos quais 335 eram estrangeiros), que foram responsáveis por de 1,6 milhões de dormidas (das quais 786 mil de estrangeiros). Ambos os indicadores ficaram ligeiramente abaixo dos registados em 2023.

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