Turismo deve afirmar-se pela “diferenciação e inovação”

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Gazeta das Caldas

FotoCarlosAbadeO alinhamento da oferta com a procura, inovação do produto e aposta no marketing, o acesso das empresas ao crédito e a internacionalização, são as principais preocupações do Turismo de Portugal relativamente ao sector. A radiografia foi traçada pelo director coordenador do Turismo de Portugal, Carlos Abade, no passado dia 15 de Junho, em Óbidos, numa conferência sobre o “Plano de Acção Turismo 2020”.

Em 2014 registaram-se, em Portugal, 46 milhões de dormidas, mais cinco milhões do que no ano anterior, o que levou o responsável do Turismo de Portugal a enaltecer o grande esforço das empresas, que têm crescido progressivamente do ponto de vista das dormidas, da procura e das receitas turísticas. Já este ano, e comparando o mês de Março com o do ano passado (últimos dados disponíveis), regista-se um crescimento de 12% no que respeita a hóspedes e dormidas e de 15% nas receitas turísticas.

No entanto,  e apesar destes resultados animadores, Carlos Abade reconhece que os empresários continuam a ter dificuldades de acesso ao crédito. Muitas vezes já não se trata de uma questão de liquidez, mas de maiores dificuldades, por parte das instituições financeiras, em disponibilizar o financiamento e quando esse é facultado “tem spreads que são muitas vezes o dobro da média praticada a nível europeu”, disse.

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Carlos Abade salientou que estão agora empenhados em criar condições para que as empresas possam aceder ao crédito e a custos adequados, o que se  consegue com o programa Portugal 2020, mas também com linhas de apoio ao sector.

Perante uma plateia de pouco mais de 30 empresários, o responsável reconheceu que continua a haver uma oferta desalinhada da procura pois, em termos médios, só 52% da oferta de camas é preenchida durante todo o ano. Isto é: há mais oferta do que procura.

Por outro lado, os turistas estão cada vez mais exigentes e o mercado é cada vez mais global. Por isso há que conseguir captar clientes e não exclusivamente pelo preço, mas sim através da ” diferenciação e inovação”. E é importante conseguir vender o produto, pelo que devem apostar no marketing.

O presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, disse que, segundo o INE, em 2014 registaram-se 231 mil dormidas no concelho, das quais mais de 160 mil foram de estrangeiros. O autarca também diz que a procura é cada vez mais exigente e está muito direccionada para o turismo de experiência.

O autarca revelou que a nível costeiro a região tem duas âncoras: Super Tubos (Peniche) e o Canhão da Nazaré, destacando que é essencial o convívio entre autarquias, empresários e outros actores locais para que seja possível criar 365 dias de animação neste território.

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