Sindicatos dizem que fábrica de conservas de Peniche tem mais de 500 trabalhadores precários

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Noticias das Caldas
A acção de protesto teve lugar à porta da ESIP e juntou 25 trabalhadores e seus representantes | I.V.

O “Roteiro Contra a Precariedade”, promovido pela União dos Sindicatos de Leiria, passou pela fábrica de conservas da ESIP (Thai Union Group) em Peniche no passado dia 15 de Março. Isto porque, segundo os sindicatos, a fábrica tem mais de 500 trabalhadores com vínculos precários num total de mil. A ESIP diz que o recurso aos contratados se deve a necessidades próprias de uma actividade que é sazonal.

A acção de protesto contra a falta de vínculos laborais juntou 25 pessoas à porta da fábrica a distribuir panfletos. Cinco trabalhadores da empresa estiveram presentes, com faixas e bandeiras. À porta estava também um carro com uma coluna de onde saíam reivindicações.
Mariana Rocha, dirigente sindical, revelou que os salários na fábrica são baixos, ao nível do salário mínimo nacional, mas que a luta actual é pela contratação dos trabalhadores com contrato temporário. “Neste momento os trabalhadores com contrato temporário já devem ultrapassar os 50% do total, ou seja mais de 500”, afirmou, esclarecendo que todos fazem o mesmo trabalho, com as mesmas condições.
Disse que valorizam o facto de este ano terem sido integrados 85 novos trabalhadores no quadro, “mas ainda é insuficiente”. Além disso, queixou-se de os representantes dos trabalhadores não serem ouvidos pela administração.
Já Ricardo Rodrigues, também ele dirigente sindical, disse que esta acção teve como objectivo informar e “fazer uma força para que o patrão contrate as pessoas que estão sob contratos temporários”.
Defendeu que “a cada posto de trabalho efectivo deve corresponder um contrato efectivo e não uma prestação de serviços”. Isso ajudaria a acabar com a indefinição na vida das pessoas. “A ESIP é um dos casos mais graves da região, pela dimensão que tem”, considerou.
“O trabalhador temporário não custa menos ao patrão, mas tem menos direitos, como os subsídios e a facilidade no despedimento”, disse o dirigente sindical, acrescentando que há muitas empresas onde não existem representantes sindicais.
Contactada pela Gazeta das Caldas, a ESIP respondeu que a actividade industrial da empresa se caracteriza por ser sazonal, o que “implica que parte das necessidades de pessoas sejam também elas temporárias”. Ainda assim, esclareceu que a fábrica há vários anos “tem vindo a apostar na estabilidade do seu quadro de pessoal através da efectivação de trabalhadores temporários”.
O Roteiro Contra a Precariedade começou nesse dia na Crisal, na Marinha Grande (12h00). Depois passou por Peniche e terminou com um cordão humano no centro da cidade de Leiria.

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