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Novo diretor de fábrica das Caldas da Schaeffler trabalhou na sede da empresa, na Alemanha. Apaixonado por engenharia mecânica, elogia a unidade que encontrou e revela investimentos em curso.
A fábrica das Caldas da Rainha da Schaeffler tem uma nova liderança, que desenhou investimentos, em diversas áreas, superiores a um milhão de euros. A instalação de paineis fotovoltaicos é uma das medidas anunciadas por Jochen Spielberg, que chegou em maio para assumir a gestão da empresa.
Este alemão, nascido na Baviera, passou por vários países antes de se instalar nas Caldas da Rainha, nomeadamente Escócia, Suíça e França. Por isso, diz-se “bem equipado de línguas, mas ainda não em Português”. “Mas estou a trabalhar nisso”, garante este engenheiro mecânico, de 39 anos, que já desempenhou idênticas funções na Alemanha, onde foi assessor da administração da Schaeffler, diretor de produção e diretor de fábrica.
“Quando estava na sede já acompanhava a unidade das Caldas”, revela o gestor, que herdou do avô Hans o gosto do trabalho com as mãos. “A engenharia mecânica bate no meu coração. Criar um produto em 3D na tua cabeça e, depois, construí-lo, é algo que me fascina”, sublinha Jochen Spielberg, que gostou do que encontrou na fábrica da empresa alemã nas Caldas e que dá emprego a cerca de 500 pessoas.
“É um bom local de produção, sobretudo tendo em conta o conhecimento e a vontade das pessoas para fazerem crescer a fábrica. Temos pessoas muito qualificadas e é impressionante ver como os colaboradores estão próximos do produto”, frisa o responsável, que aprecia, particularmente, a proximidade dos trabalhadores com a empresa.
“A Schaeffler Portugal tem cerca de 500 funcionários, apresenta um tamanho interessante, mas as pessoas cuidam da empresa. Isto é uma família”, frisa o diretor de fábrica, que gosta “de ser próximo” dos trabalhadores. “Se eles têm dificuldades, partilham e gosto disso, pois permite resolver problemas e encontrar soluções”, nota.
Na leitura de Jochen Spielberg, a sagacidade dos portugueses e a abordagem direta dos alemães fazem um “par perfeito”, o que ajuda a explicar o sucesso da operação da Schaeffler na região. “Os alemães são muito rígidos e, por isso, de tempos em tempos, não somos suficientemente rápidos. Os portugueses gostam de tentar. É perfeito”, advoga o gestor da antiga Rol.
O grupo Schaeffler é uma referência mundial nos setores automotivo e industrial pelos seus componentes e sistemas de alta precisão para aplicações de motor, transmissão e chassis, assim como pela vasta gama de soluções de rolamentos e serviços para um grande número de aplicações industriais. Para a sucursal das Caldas, o desafio é “aumentar o número de postos de trabalho e o portfólio de produtos”.
“Há investimentos em curso e isso dá motivação aos trabalhadores, mas tudo depende do mercado. Temos mais de um milhão de euros de investimento, mas não conseguimos calcular o número de postos de trabalho que vamos criar”, salienta o gestor, que denota grande preocupação com a sustentabilidade, o que explica a aposta na criação de energia verde. “Vamos investir em energia fotovoltaica. Quando temos a possibilidade de fazer energia verde, por que não fazê-lo?”
No entender de Jochen Spielberg, “todas as ameaças podem ser transformadas em oportunidades” e é com essa visão que lidera a empresa das Caldas, apostando, igualmente, na formação dos quadros.
“Sabemos que a indústria automóvel está mais desenvolvida em Lisboa do que no Oeste, temos bons recursos humanos, mas a formação não responde às nossas necessidades. Por isso, estamos a formar as nossas pessoas e ninguém entra sem passar por esse processo de formação interna”, sublinha.
“Para já”, o gestor alemão reside em Lisboa com a mulher e as duas filhas, mas tem apreciado “a beleza do Oeste”. Adepto de voleibol, opta por um desporto individual quando a hora é de refletir: escalada. Para já, continua a subir degraus à frente da Schaeffler Portugal.
