
Num rescaldo do segundo encontro internacional das abadias cistercienses, que decorreu nos dias 17 e 18 de Novembro no Mosteiro de Alcobaça, a directora Ana Pagará, revelou a intenção de criar uma rota portuguesa e, posteriormente, uma rota ibérica que permita a visitação dos vários monumentos. A rota nacional teria mais de 20 lugares a visitar.
No encontro estiveram representadas mais de metade das abadias de Cister a nível nacional, além de representantes da rota de Cister da Polónia e das abadias de Valloires e Noirlac (França), Tiglieto (Itália), Piedra (Espanha) e Villers (Bélgica).
O Mosteiro de Alcobaça tem, desde o ano passado, assento na direcção da associação e já conseguiu inscrever Coz e Lorvão na carta europeia dos sítios e abadias cistercienses. Na próxima assembleia irá propor mais cinco abadias portuguesas que estão interessadas em fazer parte da carta com mais de dois mil pontos pelo mundo.
A carta foi considerada Itinerário Cultural da Europa pelo Conselho da Europa. Isso leva a que o número de visitantes aumente e permite criar postos de emprego e obter receitas para conservação dos espaços.
“É uma autoestrada de visitantes informados e qualificados que procuram o que não encontram lá fora: o silêncio e a introspecção”, descreveu Ana Pagará.
E um desafio é mesmo a convivência entre o turismo espiritual (e não religioso) e as 800 pessoas a visitar o mosteiro ao mesmo tempo como por vezes acontece.
30 ANOS MAIS LESIVOS DO QUE 700
Mas a própria conservação do espaço tem de ser pensada. Por exemplo, o desgaste da pedra de uma igreja que recebe 400 mil pessoas por ano tem de ser acautelado. “Em 20 ou 30 anos desgastámos mais do que em 700 anos de vida da comunidade e temos de começar a trabalhar nessas áreas”, contou a directora.
I.V.






























