A primeira fase da modernização da linha do Oeste (que inclui a sua electrificação e instalação de modernos sistemas de sinalização) ainda está a ser preparada no papel, só devendo haver obras no terreno em 2016.
Essa fase inclui o troço Meleças – Caldas da Rainha, ao qual se seguirá a parte norte até Louriçal.
Segundo a Refer, os troços modernizados serão colocados ao serviço de forma progressiva, sendo que a conclusão dos trabalhos deverá terminar até ao final do Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020.
No início de Agosto o presidente da distrital de Leiria do PSD, Fernando Costa, disse à Gazeta das Caldas que “a Secretaria de Estado dos Transportes já pediu à Refer a elaboração do projecto para remodelação da Linha do Oeste”, considerando esta informação, dada pelo secretário de Estado, Sérgio Monteiro, “uma excelente notícia”.
No entanto, segundo Gazeta das Caldas apurou, o desenvolvimento do projecto estava já a decorrer normalmente e assim continuou, de acordo com o planeamento macroeconómico da Refer.
O também ex-presidente da Câmara das Caldas diz estar “mais seguro” de que a modernização vai avançar, na sequência do interesse demonstrado pela tutela durante uma reunião que teve lugar em 29 de Julho na Secretaria de Estado dos Transportes e no qual estiveram presentes autarcas de Óbidos, Alcobaça e Batalha, para além dele próprio.
Fernando Costa acredita que a obra de modernização irá decorrer nos prazos previstos até 2020 e destacou o empenho de Sérgio Monteiro no que respeita à requalificação da Linha do Oeste, mas garante que irá “manter a pressão” e acompanhar todo o processo.
Nesta reunião foi também abordada a necessidade de fazer um conjunto de reparações em estradas do distrito, no valor de 30 milhões de euros. Entre elas estão a estrada que liga Caldas da Rainha a Alcobaça e a de S. Mamede ao Bombarral.
Fernando Costa convidou ainda o secretário de Estado dos Transportes para um debate a ter lugar no distrito sobre a rede viária e ferroviária, em data a agendar, tendo já obtido a confirmação da sua presença.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt
CP insiste nos mesmos erros para assassinar a linha do Oeste
Sábado, 9 de Agosto de 2014. Nas estação das Caldas, o comboio para S. Martinho do Porto, que tem como destino final Coimbra, está na linha número 3. Parte às 16h10. De Lisboa vem um comboio que chega às Caldas às 16h09.
Tudo indicaria que a composição deveria ser a mesma, isto é, que o comboio que vem de Lisboa deveria prosseguir para Coimbra, evitando o incómodo do transbordo aos passageiros.
Mas o bom senso não parece morar em quem tem por dever gerir a linha do Oeste. A automotora que vem de Lisboa chega às Caldas na linha um e os seus passageiros que seguem para norte são obrigados a mudar para a composição que está na linha 3. Vêem-se pessoas idosas carregadas com sacos. Vêem-se famílias com crianças e a respectiva bagagem. Vêem-se estrangeiros de mochila às costas a fazerem um transbordo que não entendem.
Às 16h10 o comboio com destino a Coimbra põe-se em movimento. Mesmo à hora. Mas – helas! – anda, muito devagarinho, 100 metros e pára para abastecer. Pela janela os atónitos passageiros assistem à operação. Um depósito já está cheio. A automotora recua mais dois metros. O segundo reservatório enche-se. Depois a composição volta à plataforma da estação para receber ordem de partida. Ao todo foram dez minutos perdidos. A essa hora já deveria ter passado S. Martinho do Porto.
Em oito minutos o comboio chega á praia. Na avenida marginal as filas de carros chegam até Salir do Porto. O trânsito está parado nos dois sentidos. Pelos vistos, e apesar do atraso, chega-se mais depressa de comboio das Caldas a S. Martinho do que se demora a entrar de carro na vila balnear. Só a CP não percebe que tem ali um potencial de mercado que não sabe aproveitar criando um serviço de Verão, com uma elevada frequência para aquela praia.
Nas Caldas da Rainha, entretanto, aos fins-de-semana, os comboios continuam a abastecer à hora em que deveriam estar em andamento. E mantêm-se os transbordos só porque está estabelecido pela Santa Incompetência que os comboios vindos do Norte e do Sul devem voltar para trás quando chegam às Caldas em vez de prosseguirem viagem, evitando rupturas de carga.
Tudo indica que o serviço da CP no Oeste é feito de acordo com as necessidade técnicas (de rotação de material) e não com as necessidades dos passageiros.
Gazeta das Caldas questionou a CP sobre esta situação, tendo recebido a seguinte resposta:
“O modelo comercial e operacional implementado na Linha do Oeste não prevê roturas de carga na estação de Caldas da Rainha, tendo mesmo sido construído com esta premissa tanto no que diz respeito aos Horários como à Rotação do Material Motor.
O que tem sucedido nas últimas semanas é um excesso de imobilizações relativo ao material automotor em circulação na Linha do Oeste que, em conjunto com o incremento do número de passageiros para a Praia de São Martinho do Porto (originando reforços diários a comboios), provoca desajustes na rotação que, para serem minimizados, têm vindo a originar o dito transbordo em Caldas da Rainha.”
Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt































