A Queijaria Flor do Vale, situada no Valado de Santa Quitéria (Alcobaça), produz queijo artesanal com leite de produção própria. Os queijos, entre frescos e curados, podem ser encotrados em mais de 60 postos de venda entre Leiria e o Bombarral.
A laborar há dois meses, a queijaria representa um investimento privado na ordem dos 150 mil euros. Foi inaugurada no passado dia 17 de Maio e contou com a presença do secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, que também provou o queijo e gostou.
Jorge Silva é produtor de leite desde 1990. Começou a actividade com nove vacas, mas volvidos 24 anos já tem 220 vacas que produzem entre 7000 a 7500 litros de leite por dia, grande parte aplicado na confecção do queijo Saloio.
Este empresário e a sua esposa, Florbela Silva, investiram recentemente 150 mil euros na queijaria Flor do Vale, tornando assim realidade um sonho antigo. Planeada para transformar diariamente mil litros de leite em queijos, a queijaria só nos primeiros dois meses já praticamente atingiu esse patamar.
A ideia inicial de ser apenas Florbela Silva a trabalhar na queijaria e ter um comercial na distribuição, depressa se revelou insuficiente e já tiveram que contratar mais duas pessoas para trabalhar com eles. O queijo fresco é feito consoante as encomendas, enquanto que o curado é por estimativa, dado que leva até cerca de um mês a preparar. Actualmente produzem cerca de uma dezena de variedades, entre os queijos frescos tradicional e o com salsa, alho e pimenta preta, e os curados.
BOA IMPLEMENTAÇÃO NO OESTE
Os queijos Flor do Vale podem ser encontrados em mais de 60 postos de venda entre Leiria e o Bombarral. Um número que deverá crescer entretanto, mas o responsável realça que o objectivo passa por uma aposta na região e em “dar às pessoas um produto cem por cento natural”.
Desde que o leite é retirado da vaca até ao produto final, este não possui qualquer contacto com o exterior. “Todo o processo é automatizado para conseguir que não haja alterações do produto, já não anda ninguém a transportar o leite de bilha”, brinca o empresário.
Um queijo artesanal e feito com a “arte” de antigamente, levou a que algumas pessoas ficassem renitentes a prová-lo, recorda Florbela Silva, acrescentando que depressa essas dúvidas se dissiparam e reconhecem a sua qualidade.
Florbela Silva começou a fazer queijos há cerca de 20 anos, para consumo em casa e servia-os sempre que havia uma festa de família. No entanto, a adaptação a doses industriais levou cerca de mês e meio de testes até encontrar o sabor que pretendia.
Agora, e porque também é responsável pela parte burocrática da vacaria e queijaria, nem sempre pode estar “com a mão na massa”. No entanto, à hora do fabrico faz questão de estar presente e verificar que se cumprem “certas regras”, fundamentais para que os queijos tenham as características que fazem deles os Flor do Vale.
Um dos projectos futuros é também embalar o leite produzido, de modo a “dar a oportunidade às pessoas de beber este leite natural”, conta Jorge Silva.
Com uma área de cultivo de cerca de 40 hectares para alimento das vacas, o empresário tem ainda que comprar alguma alimentação noutros locais do país. “Aqui não há terreno que chegue para tudo pois elas consomem três mil toneladas de pasto por ano”, diz, referindo-se aos 550 animais que possui. Ao todo, Jorge Silva emprega 11 pessoas, oito na vacaria e três na queijaria, do Valado de Santa Quitéria.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























