Projeto made in Oeste recolhe e recicla plástico do fundo do mar

0
607
Os parceiros no projeto com uma linha de embalagens criada com plásticos recolhidos no fundo do mar

SeaRubish2Cap já recolheu 13 toneladas de resíduos em 44 mergulhos

No passado dia 25 de setembro, os promotores do SeaRubbish2Cap juntaram-se para apresentar os resultados do projeto ao operador do programa. O programa financiado pelo EEA Grant propõe-se a valorizar plásticos recolhidos no fundo dos oceanos e envolve duas empresas da região, a BitCliq e a Just Dive – Blue Academy.
“Foi com muito orgulho que em conjunto apresentámos e discutimos as dificuldades e as vitórias ao longo deste projeto”, referiram os responsáveis do projeto, que tem como operador a Direção-geral de Política do Mar no âmbito do programa Crescimento Azul, dos EEA Grants Portugal. “Permitiu-nos juntar e usar os nossos conhecimentos para contribuir, com mais um grãozinho de areia, para a sustentabilidade e economia circular. Foi um prazer trabalhar ao lado da BitCliq, da JustDive – Blue Academy e do PIEP – Innovation in Polymer Engineering”, acrescentou a Neutroplast, empresa promotora do SeaRubish2Cap, sublinhando a vontade de “continuar esta aventura”.
Com o SeaRubish2Cap, a empresa do Sobral de Monte Agraço que produz embalagens certificadas para os segmentos das indústrias farmacêutica e dos cuidados pessoais, propôs-se a recolher resíduos plásticos do fundo do oceano sem danificar o ecossistema e recuperá-los para novo uso. A coleta e reciclagem desses materiais é feita por meio de tecnologias de processamento industrial que garantam o seu uso em futuras aplicações de alto valor.
É neste contexto que surgem as parcerias com BitCliq, empresa tecnológica caldense especialista no desenvolvimento de tecnologia para a economia azul, e com a Just Dive – Blue Academy, empresa de Peniche especialista em mergulho submarino. O consórcio junta ainda a PIEP – Innovation in Polymer Engineering, um centro de investigação e desenvolvimento na área dos plásticos que junta empresas e a academia.
Os plásticos são recolhidos dos fundos marinhos por mergulhadores, em atividades profissionais e de lazer. São, depois, caracterizados de forma a poderem ser incorporados, em percentagens elevadas, na composição de uma linha de embalagens, sem pôr em causa o seu uso para a área alimentar e farmacêutica. Envolve, ainda, o desenvolvimento de uma aplicação para a geolocalização das zonas de recolha de resíduos, que servirá para alimentar a rede de profissionais ligados ao mar e potenciar a economia à volta da recolha e valorização do lixo marinho.
O projeto, foi financiado com 436,8 mil euros pelo EEA Grants Portugal e já recebeu um total de 513,8 mil euros de financiamento. Segundo a página do projeto, em 44 mergulhos foram recuperados 13 toneladas de material, das quais 5 toneladas foram processadas para produzir 6 toneladas de pellets de polímero. ■

- publicidade -