A plataforma Waveroller foi colocada a 900 metros da costa e a 15 metros de profundidade. Funciona com o movimento provocado pelas correntes marítimas. |DR
O Waveroller é uma base de metal que é colocada no fundo do mar e que tem uma pá gigante com 20 toneladas que, ao ser movida por força das correntes marítimas, produz energia Em 2012 foram colocados três protótipos com uma potência de 100kw/h cada na Praia da Almagreira (Peniche), mas agora o projecto vai receber um financiamento de 10 milhões de euros para criar uma base com uma potência de 350 kw/h. O objectivo é criar um parque comercial com 16 pás capazes de gerar um total de 5,6 gW/h e de abastecer cerca de 5500 habitações e 16500 habitantes.
Desde 2012 funcionam em Peniche três protótipos de Waveroller. Tratam-se de bases de metal com pás de 20 toneladas que oscilam com as correntes marítimas, criando energia cinética que é transformada por um dispositivo em energia eléctrica. Esta é enviada para a costa por um cabo submarino e injectada na rede, sendo então vendida pela Eneólica.
A base com as três pás pesa 600 toneladas, tem 43 metros de comprimento, por 18 metros de largura, com uma altura de 12 metros. Custou perto de 6,5 milhões de euros e em Agosto de 2012 foi colocada no fundo do mar, na Praia da Almagreira, a cerca de 15 metros de profundidade e a 900 metros da costa. Curiosamente, no mesmo local onde em 1975 esteve prevista a construção de uma central nuclear,
Os protótipos têm uma potência de 100kw/h cada, mas agora, com um empréstimo de 10 milhões de euros proveniente do mecanismo de financiamento Innovfin para Projectos de Demonstração relacionados com a Energia, pretende-se instalar um exemplar com uma potência de 350 kw, num projecto avaliado num total de 19 milhões de euros.
O empréstimo é concedido pelo Banco Europeu de Investimento e apoiado pelo Horizonte 2020 e representa o primeiro financiamento a um projecto ao abrigo do InnovFin Energy Demo Project. Trata-se, de acordo com um comunicado que, conforme explica comunicado da Comissão, é “um mecanismo de dívidas sectorial que visa apoiar projectos comercialmente promissores, mas considerados de risco do ponto de vista tecnológico”.
O mecanismo InoovFin – EU Finance For Innovators prevê financiamentos superiores a 24 mil milhões de euros a pequenas, médias e grandes empresas e a estruturas de investigação nas áreas da investigação e inovação.
Carlos Moedas, comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, sublinhou que “investir nas tecnologias de energias renováveis é reforçar o papel de liderança da Europa nesta área” e que este apoio “contribui para soluções aos desafios das alterações climáticas globais, criando emprego e crescimento económico sustentável na Europa e em Portugal”.
Esta é já a terceira fase de um projecto que começou em 2006, sendo testado em 2007 pela primeira vez a nível mundial. A segunda fase, que decorreu entre 2009 e 2014, permitiu gerar energia para 120 habitações e 380 habitantes.
A terceira fase começou em 2015, com o objectivo de criar um parque comercial com 16 pás de 20 toneladas que possam gerar 350 kw/h cada uma, num total de 5,6 gW/h. Assim seria possível abastecer cerca de 5500 habitações e 16500 habitantes.
Esta última fase contou com um apoio do programa NER 300 que injectou 9,1 milhões de euros no mesmo. Em Junho de 2015 previa-se que o parque estivesse a funcionar no início de 2017 e que o Waveroller representasse um investimento global de 25 milhões de euros.
A energia das correntes possui uma densidade energética dez vezes superior à da energia eólica e 100 vezes superior à da radiação solar. A densidade energética é a quantidade de energia disponível em determinada área (por exemplo: 50 kw/h por metro quadrado).
A plataforma Waveroller foi colocada a 900 metros da costa e a 15 metros de profundidade. Funciona com o movimento provocado pelas correntes marítimas. | DR