Parque temático do Bombarral ainda longe de ser uma realidade

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Gazeta das Caldas
O ex-presidente da Câmara, José Manuel Vieira (PSD) com os investidores ingleses e o seu representante em Portugal, Manuel Remédios

Ainda não há data para o arranque do projecto do Parque Temático do Bombarral, falado desde 2010 e com uma primeira previsão de abertura em 2016. A construção tem sido adiada e o projecto inicial, orçado em 54 milhões de euros, foi alterado para um valor 10 vezes superior. Mantém-se a intenção, mas faltam ainda encontrar investidores.

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Imagem do que seria o parque temático

Desde 2010 que se fala do Parque Temático do Bombarral. Daí para cá, o terreno foi desclassificado de Reserva Agrícola Nacional e o PDM foi alterado para que o projecto pudesse avançar, mas ainda não arrancou e falhou já a última data prevista para a sua abertura. Em 2015, José Manuel Vieira, então presidente da Câmara do Bombarral (PSD), estimava que seria inaugurado em 2018 e garantia que a Câmara havia feito a sua parte, estando o processo na mão dos investidores.
O projecto foi promovido pela Sky Towers, uma empresa de capitais privados ingleses, que conta com Hartley Booth, antigo ministro nos governos de Margaret Tatcher e que tem sede na Foz do Arelho. Mas entretanto deixou de se ouvir falar no mesmo.
Questionado pela Gazeta das Caldas, Manuel Remédios, arquitecto que integra a equipa da Sky Towers, disse que a intenção de construir o parque se mantém, estando a empresa em busca de investidores.
O terreno tem 38 hectares (a título de exemplo, a Disneyland Paris tem 57 hectares) e inicialmente os promotores previam a criação de 320 empregos.
O projecto incluía 28 aparelhos de diversão (entre os quais uma montanha-russa, uma roda gigante, um barco pirata, mini-golfe e cinema 4D). Um dos ex-libris era um restaurante panorâmico na Sky Tower.
A empresa esperava então atrair 500 mil pessoas por ano ao Bombarral, gerando 14,5 milhões de euros de receitas anualmente. O preço das entradas estava pensado para os 22 euros.
A alteração dos valores do projecto para um número cerca de dez vezes superior, explica-se, segundo Manuel Remédios, com o facto de um dos maiores especialistas mundiais no assunto, o projectista Tony Stefton, ter visitado o Bombarral e defendido que o parque que estava previsto iria facilmente à falência.
Assim, desenhou um esboço com mais equipamentos mecânicos, como montanhas-russas, o que encareceu o projecto. Manuel Remédios afirma que “500 milhões de euros para um parque de diversões temático não é nada”.
A Declaração de Impacto Ambiental (emitida com condicionantes em 2014, mas que permitia a construção) expira no final deste ano. Gazeta das Caldas questionou se a empresa iria tentar a renovação. “Possivelmente”, foi a resposta lacónica de Manuel Remédios.
O Parque temático foi usado como arma de arremesso político na última campanha eleitoral. Quando o PSD estava à frente dos destinos do município bombarralense, era acusado de ter usado o anúncio do parque como arma eleitoral. Foi o que fez o PS que fez colocar um outdoor onde questionava o PSD pela falta de avanços naquele projecto.
Agora que a Câmara do Bombarral mudou de cor nas últimas autárquicas, com o PS a vencer as eleições, o cenário inverteu-se e é o PSD a interrogar o que tem feito o novo executivo para o desenvolvimento do processo.
A autarquia nada esclareceu sobre o assunto, ignorando as questões enviadas pelo nosso jornal.

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Cartaz do PS das últimas autárquicas onde questionava o PSD pelo não avanço do projecto
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