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E se o pão tivesse algas?! Se, em vez de sal, o seu pão tivesse apenas pequenas partículas de algas secas e moídas, que lhe conferiam um gosto diferente do pão tradicional, mas tornando-o num alimento mais saudável?
O pão d’algas chegou ao mercado caldense no sábado. Criado pelo Gabinete de Recursos Marítimos do Instituto Politécnico de Leiria, já colocou o pólo de Peniche no topo da inovação alimentar. O preço é mais do dobro do pão tradicional, mas o facto de não ter sal torna-o num grande aliado dos regimes restritivos deste mineral.
O pão d’algas foi apresentado no dia 24 de Abril no restaurante Nau dos Corvos, no Cabo Carvoeiro. Desenvolvido pelo Gabinete de Investigação dos Recursos Marítimos do IPL, que fica sediado na Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche, o pão d’algas apresenta-se como uma alternativa mais saudável, com um aspecto apelativo e um gosto diferente. Em termos de custos, esta inovação está disponível por mais do dobro do preço do pão tradicional. Os coraçõezinhos d’algas custam 60 cêntimos, ao invés dos 17 cêntimos que custa uma viana tradicional ou os 30 cêntimos de uma bola caseira. Na prática, o pão d’algas acaba por se aproximar do preço dos pães com cereais.
Esta criação já venceu um terceiro lugar no I Concurso InovCluster de produtos alimentares inovadores promovido pela Associação do Cluster Agroindustrial do Centro.
O projecto, que é coordenado por Susana Mendes, foi desenvolvido em parceria com o grupo Calé (detentor de quatro pastelarias onde se vende o pão d’algas: duas em Peniche e duas nas Caldas) e com a empresa AlgaPlus (que se dedica à produção sustentável de algas), tendo tido o apoio da Câmara de Peniche e do Instituto Português de Cardiologia. O financiamento conseguido através do MaisCentro foi de 20 mil euros.
Este tipo de pão já se encontra disponível nas pastelarias Com Tradição, Ponto de Encontro (Caldas da Rainha), Momentos (Peniche) e Pérola de Peniche.
“Por não ter sal, será certamente um aliado em regimes restritivos deste condimento/mineral”, explicou Susana Mendes. O pão d’algas “surgiu da vontade de descobrir novas utilizações para as algas marinhas e de potenciar com sucesso a capacidade das algas para o sector alimentar”, contou a coordenadora do projecto.
