O agravamento dos prémios dos seguros de colheita é uma preocupação para os agricultores

Produtores agrícolas reuniram com a Confederação dos Agricultores de Portugal e queixaram-se que as verbas do quadro comunitário para o sector tardam em chegar. Os produtores também temem o agravamento dos prémios dos seguros à produção e com taxas suplementares para a pecuária

O ponto de situação do PDR 2020 – o programa de fundos comunitários dedicados ao sector agrícola – foi uma das questões centrais da reunião do Conselho Consultivo da CAP no Oeste, entre a direcção da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) e as organizações de produtores, que decorreu na passada segunda-feira, 3 de Fevereiro, na Aldeia Galega da Merceana, no concelho de Alenquer.
“A execução do programa ainda não está a níveis satisfatórios, do nosso ponto de vista. Estamos na fase final do programa e ainda há uma grande percentagem de execução por concretizar”, disse no final do encontro Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, à Gazeta das Caldas.
O PDR 2020, que termina em 2023, tinha no final do ano passado uma taxa de execução de 45%.
Em cima da mesa esteve igualmente a Política Agrícola Comum para o próximo quadro comunitário. “As novas regras vão ter um impacto no sector, uma vez que a nova política agrícola vai ter uma componente ambiental reforçada”, observou Eduardo Oliveira e Sousa.
As políticas comuns foram, no entanto, apenas um dos pontos da reunião que serve para tratar dos assuntos que mais preocupam o sector em cada região do país.
Questão que também preocupa os agricultores é a possibilidade de um aumento dos prémios dos seguros de colheita. O presidente da CAP falou de uma proposta “de última hora” que poderá agravar as despesas dos agricultores nesta vertente. “Já manifestámos apreensão nessa matéria à ministra da Agricultura, para ver se consegue evitar que as companhias aumentem os valores”, disse.
Nesta reunião, os produtores falaram também de uma nova taxa prevista para o Orçamento de Estado de 2020 que introduz uma taxa suplementar sobre a criação de animais. “É uma taxa totalmente absurda, que a concretizar-se poderá ter efeitos muito negativos nos agricultores produtores de animais das diferentes espécies, incluindo galináceos”, afirmou o presidente da CAP.

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