
A operadora turística Soltrópico lançou a sua nova imagem no passado fim-de-semana e escolheu o Oeste para o fazer. Entre os dias 14 e 16 de Janeiro, mais de uma centena de agentes de viagens, acompanhados por familiares, estiveram na região e ficaram a conhecer muito do que nela há para oferecer em termos turísticos.
De workshops de surf a uma prova de vinhos na Quinta do Sanguinhal, passando por um peddy paper na vila de Óbidos e por um jantar animado no Mosteiro de Alcobaça, os dias foram de animação para as 250 pessoas que participaram na iniciativa “Oeste by Soltrópico”. Uma acção que contou com o apoio do Turismo do Oeste e das autarquias por onde passaram os visitantes e na qual 16 unidades hoteleiras da região tiveram a oportunidade de se darem a conhecer.
Gazeta das Caldas foi saber que espaço tem o Oeste nesta mudança da Soltrópico, numa ocasião que serviu ainda para ouvir o presidente do Turismo do Oeste sobre a realidade da região e as expectativas de um ano que se prevê negro na economia nacional.
Acabaram as habituais brochuras de destinos turísticos para a Soltrópico. A partir deste mês de Janeiro, a operadora apresenta as suas propostas numa edição bimestral gratuita, com crónicas, rubricas, reportagens de alguns dos mais apetecíveis destinos de viagens. E nesta primeira edição o Oeste é destacado como um destino de romance, “para se perder de amores. Seja por uma das pérolas da nossa História, por uma das nossas belíssimas praias, por uma das mais bonitas vilas de Portugal, pelo verde dos campos, pela luxúria de não fazer nada. No Oeste, o amor acontece”, garante a revista Soltrópico.
O Praia d’El Rey, em Óbidos, o Hotel Camporeal Golf Resort & Spa, no Turcifal, o Areias do Seixo Charm Hotel & Residences, em Santa Cruz, e o Your Hotel & Spa, em Alcobaça, são as unidades hoteleiras destacadas pela revista, em propostas de escapadinhas românticas de uma ou duas noites, com massagens e mimos, entre os 95 e os 470,50 euros.
E embora desta feita o Oeste seja apresentado como um destino de eleição para uma escapadinha a dois, a Soltrópico sabe que há muito mais para fazer pela região. E o “sucesso” que foi esta iniciativa prova isso mesmo.
Miguel Fonseca, administrador executivo da Soltrópico salienta que o Oeste já é um produto da operadora há muitos anos. A grande diferença é que agora “vai ser transformado num produto de charme e mais activo”.
Na nova forma de comunicação da operadora, o logótipo multiplica-se em desejos, sonhos, como viagens em família, a dois, de descoberta, relaxante, entre outros. “E o Oeste está caracterizado com alguns desses sonhos”, explica.
De acordo com o operador, o Oeste é, a par com o Alentejo, “um dos destinos mais procurados nas férias em Portugal”, e são principalmente os clientes do segmento médio-alto que mais o procuram. O mercado estrangeiro ainda não é muito explorado pela Soltrópico, mas Miguel Fonseca acredita que este é “um mercado a atacar fortemente”. Suécia, Dinamarca, Noruega, Áustria e Alemanha são cinco mercados que Miguel Fonseca acredita que se “encaixam perfeitamente” no Oeste.
Acções “fundamentais” para travar quebra na procura
Para António Carneiro, presidente do Turismo do Oeste, acções como esta que trouxe os convidados da Soltrópico ao Oeste são “fundamentais” nos tempos que correm. Ciente das condições difíceis que se vivem por toda a Europa, António Carneiro recusa-se cruzar os braços e diz que é preciso trabalhar para “tentar travar a possibilidade de uma quebra” no turismo na região.
“Isto é o início formal de uma relação nossa com a Soltrópico. O Oeste vai passar a ser um destino, quase diria protegido, pela Soltrópico, como um destino de moda e um destino a lançar a sério”, defende António Carneiro. E os operadores hoteleiros da região sabem da importância de acções como esta, que lhes permite contactarem com agentes de viagem sem qualquer custo.
A iniciativa “Oeste by Soltrópico” foi bem recebida tanto pelos profissionais dos sectores como pelas autarquias, que colaboraram nas recepções feitas aos visitantes. António Carneiro realçou ainda o “extraordinário apoio que os dois hotéis do Grupo Miramar deram a esta iniciativa, oferecendo um número muito significativo de quartos”.
Desafiado a fazer o diagnóstico do turismo no Oeste, o responsável diz que o Verão foi muito bom e que o período de Natal tem-se afirmado como época de procura por parte de famílias, “coisa que não acontecia”. O fim de ano foi também uma boa época para a região. “O mês de Janeiro é sempre o pior de todos”, aponta António Carneiro, acrescentando que os hotéis que têm trabalhado sobretudo a área das empresas e reuniões têm-se conseguido aguentar nos meses de Inverno. Os restantes têm que esperar pelo Carnaval, altura em que “tudo começa a mexer”.
Quando lhe perguntamos se teme que a contenção a que estão obrigadas as autarquias se reflicta nos atractivos da região, o responsável é peremptório: “Não, as autarquias não vão descurar as questões da imagem”. E dá como exemplo a Vila Natal de Óbidos: “houve alguma contenção financeira, mas também houve muito cuidado para não se perceber essa contenção, houve muita criatividade para compensar a falta de investimento”.
Apesar da falta de dinheiro, “não estamos a sentir que as pessoas estejam a abandonar as coisas. Estão talvez a ser mais inventivas, a ir para um plano B, mas isso não é grave”, diz.
Ciente de que 2011 é “um ano muito difícil de prever”, António Carneiro tem esperanças de que “o Oeste talvez seja a região que venha a ser menos prejudicada pela crise, porque é a região que geograficamente está na melhor situação”, quer em relação a Lisboa, quer em relação ao Porto. Além disso, “é uma região que tem sempre coisas novas”. A crise apanhou o pólo de desenvolvimento de turismo ainda em fase de crescimento. “O Oeste ainda está em fase de descoberta”, aponta António Carneiro.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























