Oeste Activo prepara “revolução” ao nível da regeneração do tecido empresarial

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Aumentar a competitividade do Oeste através de um novo projecto assente em acções de promoção nacional e internacional das potencialidades regionais é o objecto do Oeste Activo (OA). Trata-se de uma iniciativa da AIRO – Associação Industrial do Oeste em conjunto com o IPL – Politécnico de Leiria, que está a dar os primeiros passos. A conferência de lançamento teve lugar recentemente na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), em Peniche, com a apresentação dos projectos que integra nas suas diversas áreas de actuação.

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“Provocar e liderar uma (r)evolução para mudança e para o conhecimento no território do Oeste, focalizado nas suas actividades económicas e de negócio âncora” é o objectivo do OA, tal como foi apresentado por Américo Mateus, professor de uma unidade de investigação do IADE (Instituto Superior de Design, Arte e Publicidade).
Partindo de uma “lógica de guerrilha”, um grupo de pessoas procura  realizar acções “certeiras, assertivas e eficazes” capazes de provocar mudança e evolução das mentalidades e das atitudes na região. Para regenerar o sector produtivo é dada prioridade de actuação em áreas como o turismo, agricultura, energia, património, saúde e termalismo, cerâmica e área alimentar.

“Procura-se simplificar a complexidade”, disse Américo Mateus, que comparou o OA a um ecossistema, capaz de “de gerar um habitat controlado mas fértil, respeitador da biodiversidade das espécies (das pessoas, das empresas, das instituições), mas respeitando a complexidade e a aleatoriedade dos ambientes nos permita a partilha, a cooperação, a competição, o mutualismo e a simbiose entre os diferentes agentes para a (r)evolução do território”.
Do OA saem vários clusters integrados em grupos com o sufixo “mente” que serão aplicados ao território, como o Naturalmente, Criativamente, Alimente, Mentalmente, Tecnologicamente, Produtivamente, Positivamente, Ecologicamente, Culturalmente, Comunicacionalmente e Visualmente.
Almerindo Almeida, director da AIRO, foi o primeiro a apresentar o projecto de promoção do uso da bicicleta eléctrica, inserido no cluster ecologia. O responsável destacou ainda a importância de produzir conhecimento, mas que depois seja partilhado e potenciado nas empresas e instituições.
Entre os projectos apresentados no âmbito do OA estão também uma proposta de requalificação do Parque D. Carlos I, assente num desenvolvimento sustentável ou a criação da Academia de Talentos, do ecomuseu do Oeste e do portal Oeste Activo.
O Grupo de Investigação em Turismo (GITUR), sediado na Escola Superior de Tecnologias do Mar, pretende contribuir para o reforço da investigação em turismo e fará a divulgação das acções na internet. Irá também realizar, a 9 de Maio, a primeira edição do Erasmus Film Fest, um festival de cinema estudantil, onde podem participar os alunos das instituições de ensino superior dos 32 países europeus onde o programa Erasmus está implementado.
Também no âmbito do GITUR foi apresentado o projecto Cetemares, que consiste num Sistema de Apoio a Infra-estruturas Científicas e Tecnológicas. Actualmente está sediado na escola, mas terá novas instalações no Porto de Peniche, previstas para 2014. Conta com um financiamento comunitário na ordem dos três milhões de euros e será a única infra-estrutura científica do Oeste dedicada exclusivamente à realização de actividades de investigação e desenvolvimento tecnológico.

“Criar um ambiente amigo à actividade económica”

A importância da articulação entre municípios e a componente associativa e empresarial foi enaltecida pelo presidente da Câmara de Peniche, António José Correia. O autarca levou consigo uma sardinha em cerâmica, feita na Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro e explicou que fotógrafos de todo o mundo registaram imagens desta peça. O mesmo acontece com as latas de conservas de Peniche, em que há uma marca interessada em comprar 50 mil latas para assim promover a sua marca aliada ao surf.
António José Correia partilhou ainda com os presentes que estão a preparar o Congresso do Oeste e propôs que o Oeste Activo também colaborasse nessa organização.
A presidente da AIRO, Ana Maria Pacheco, falou dos projectos desenvolvidos pela associação que assinalou recentemente o seu 30º aniversário, assim como da importância de “criar um ambiente amigo à actividade económica”.
A responsável lembrou ainda que o Oeste Activo surgiu há nove anos como “chapéu” do que pretendiam que fosse o programa de acção da recém-eleita direcção e que agora emprestam o nome a este projecto.
Também parceiro neste projecto, o IPL “há vários anos que encetou uma politica de ligação estreita com o tecido empresarial”, lembrou João Paulo Marques, vice-presidente desta escola superior. Uma ligação que considera fundamental pois os institutos politécnicos são os herdeiros do ensino profissional no país. No entanto, alertou para a necessidade “do equilíbrio e do cuidado que deve existir para que as universidades não se transformem em dependências de empresas”.
O responsável destacou a aposta que têm feito ao nível da formação do corpo docente, e que veio permitir o desenvolvimento de grupos de investigação. O IPL foi, pelo segundo ano consecutivo, a instituição de ensino superior que apresentou o maior número de patentes e João Paulo Marques defende que agora é necessário passar do projecto à prática e fazer com que as patentes passem a produzir riqueza para o pais. “O Oeste Activo personifica essa ligação”, disse o responsável, defendendo a necessidade de escolas e empresas trabalharem em conjunto.
João Paulo Marques aceitou desde logo o desafio lançado pelo autarca de Peniche, mostrando disponibilidade em  participar no Congresso do Oeste.
A LeaderOeste ofereceu os produtos regionais que foram degustados durante o coffee breack. Já a empresa caldense MakeWise, fez a transmissão online da conferência.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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