Um curso de três meses e empregabilidade garantida. A proposta parece pouco provável nos tempos que correm, mas a empresa Alphappl diz que garante os resultados. O programa “Be a developer” assenta na requalificação de pessoas independentemente da sua área para a área das tecnologias da informação. A formação tem um custo superior a 3.000 euros, mas 70% do montante apenas será pago quando o formando já se encontrar a trabalhar na área.
A formação será dada nos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos que serão inaugurados em Setembro, mas que já possuem mais de 60% dos espaços ocupados.
Arranca a 1 de Setembro em Óbidos o “Be a developer”, um programa de treino de competências que permite requalificar qualquer licenciado, ou estudante do 12º ano, em programador júnior, com a garantia que após esse período entra no mercado de trabalho. Da responsabilidade da empresa Alphappl, o programa tem uma duração de três meses, período no qual ensinam as pessoas a programar e a pensar como programadores.
Mas como não basta saber de tecnologia, os participantes têm também uma formação comportamental, onde usam técnicas inspiradas em formação militar, para ensinar a gerir equipas, trabalhar sob stress ou respeitar prazos.
“Não somos uma empresa de formação, vendemos um emprego”, disse Hugo Sousa, director da Alphappl aquando da apresentação do programa nos edifícios centrais do PTO. De acordo com o responsável, existem muitas vagas por preencher na área das Tecnologias da Informação (TI) e o que fazem é a ponte entre a oferta e a procura, acelerando o processo de retirada da situação de desemprego.
São 500 horas de formação e no final do programa existe um exame com certificação Microsoft. Mas antes, cada um dos formandos tem que fazer uma aplicação que ficará disponível num smartphone da Microsoft. “Julgamos que é o melhor portfolio que uma pessoa pode ter, algo que fez e pode mostrar ao mundo inteiro o seu valor”, referiu Hugo Sousa.
O modelo não segue a via tradicional de ensino, mas sim um formato adequado ao mundo empresarial, com partilha de informação, reuniões e trabalho. O custo do programa é de 3200 euros, mas o formando apenas paga 30% do montante quando se inscreve. O resto será pago após o ter emprego numa empresa do sector das TI.
As inscrições encontram-se abertas até 15 de Agosto através dos correios electrónicostu@ativa-te.com ou apply@alphappl.pt
Edifícios centrais inaugurados em Setembro
Os edifícios centrais, que representam um investimento de 5,4 milhões de euros (comparticipados em 85% por fundos comunitários) serão inaugurados em Setembro. No entanto, e de acordo com o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, há condições no mês de Agosto para que algumas empresas ali se instalem e comecem a trabalhar.
“Queremos abrir quando tiver as condições completamente asseguradas para se poder desfrutar do espaço da melhor maneira possível”, disse o autarca, especificando que falta apenas colocar o mobiliário e terminar também o sistema de gestão ambiental do próprio edifício.
Os edifícios centrais possuem 42 salas, tendo já neste momento cerca de 65% de área de ocupação lotada. Miguel Silvestre, responsável pela Obitec – entidade que gere o Parque Tecnológico de Óbidos – explica que um edifício destes nunca deve ter mais de 85 a 90% dos espaços ocupados porque tem que haver sempre alguma margem de manobra para que possam sempre receber empresas que se revelem “muito interessantes”.
Algumas empresas irão transitar da incubadora ABC (Convento de S. Miguel, nas Gaeiras) para os edifícios centrais, mas outras vêm de fora. “Estamos a ter alguma preocupação na escolha porque não nos interessa só o número, mas ter empresas que possam criar dinâmica também ao próprio espaço”, adiantou o responsável.
Estas não deverão ficar muito tempo, permitindo também uma rotatividade e dinâmica no local. “Isto é uma aceleradora, a ideia é que não estejam cá 10 anos, mas o tempo de instalação será gerido de forma flexível e atendendo às necessidades de cada um”, disse Miguel Silvestre.
Nos edifícios centrais estará também presente o conceito de trabalho colaborativo, com a tecnologia associada aos vários sectores de actividade económica, nomeadamente nas áreas das tecnologias da informação e comunicação ou arquitectura.
Actualmente as empresas interessadas em instalar-se nos edifícios são, na sua maioria, de base tecnológica e outras de apoio à gestão e financiamentos. “Interessa-nos muito fomentar esta relação entre empresas que sejam de áreas diferentes e que tenhamos aqui respostas”, rematou o responsável.
Muita da procura parte de empresas que actualmente estão sediadas em Lisboa e de outras da região. “As empresas de base tecnológica estão a compreender uma coisa fundamental – é que não podem estar a trabalhar sozinhas, independentemente do sitio onde estão”, rematou o presidente da Câmara.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
































Uma verdadeira palhaçada