Num ano o BNI Real gerou mais de meio milhão de euros em negócios

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O grupo de empresários do BNI Real das Caldas da Rainha | Beatriz Raposo

O BNI Real das Caldas da Rainha, grupo de empresários criado em 2015, celebrou um ano de actividade no dia 23 de Julho, numa cerimónia realizada na Quinta Encosta das Freiras (Santa Catarina) que juntou cerca de 55 empresários de todo o país.

Actualmente o BNI Real é constituído por 23 elementos (mais cinco que no ano passado) e já gerou perto de 600 mil euros em negócios. Este grupo funciona em rede e troca entre si contactos de clientes, fornecedores e outros parceiros de negócios. Os membros garantem que desde a adesão ao BNI conseguiram aumentar a sua facturação.

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Procuro: clientes que queiram trocar de contabilista, projectos para construção civil, interessados em fazer publicidade com cartazes e outdoors, contactos de Santas Casas da Misericórdia, contactos de casas de turismo rural, cliente para elaborar um projecto de arquitectura e contactos de massagistas. Estes são alguns exemplos das solicitações que os 23 empresários do BNI Real fizeram na reunião do primeiro aniversário.
Em 60 segundos, os membros fazem uma pequena apresentação aos colegas, que apontam os seus pedidos e mais tarde disponibilizam as referências que conhecem. É assim todas as semanas, às 17h00, no CCC. No final de cada reunião premeia-se a melhor apresentação. E há delas muito originais.
“As referências não são apenas números de telemóvel. É preciso que sejam credíveis, pessoas de confiança, que no final resultem num ‘Obrigado por Negócio Fechado’ de x euros”, afirma João Firmino, proprietário do restaurante João – Restaurante do Coto, que desde que entrou para o BNI Real, precisamente há um ano, já “agradeceu” 12.000 euros.
O empresário, de 34 anos, assegura que conseguiu potencializar o seu negócio graças à rede de contactos que encontrou no BNI Real. “Os vários elementos do grupo, sejam das Caldas ou doutros pontos do país, vêm comer ao meu restaurante e recomendam-no a amigos e conhecidos”, salienta. Nesta estratégia de marketing o passa-a-palavra é a arma mais poderosa.
Chamam-se referências internas às pessoas pertencentes ao BNI que usufruem do serviço de outro colega, e referências externas aos clientes que não integram o grupo mas a quem algum elemento recomendou aquele serviço.
“Ao ajudarmos os nossos colegas estamos a ajudar-nos a nós próprios, porque dando visibilidade aos seus negócios ou contribuindo para que ganhem dinheiro através do fornecimento de um contacto, por exemplo, sabemos que eles vão fazer o mesmo esforço quando formos nós a precisar de uma boa referência”, frisa João Firmino, que solicita essencialmente referências ligadas ao turismo rural, hotelaria e agência de viagens.

CONHECER BEM O NEGÓCIO DO OUTRO

Para a entreajuda ser mais eficaz é importante que os elementos do grupo conheçam bem as características do negócio dos seus colegas. O melhor método para obter esse tipo de informação é agendar um “1 a 1”, que consiste numa reunião de 60 minutos entre dois membros, em que cada um dispõe de metade do tempo para apresentar a sua actividade.
“Assim fico a conhecer exactamente qual é o seu modelo de negócio, quais as suas necessidades e posso mais facilmente arranjar-lhe uma referência. E a mesma coisa ao contrário”, acrescenta João Firmino.
Dentro do próprio grupo existem “Power Teams”, pequenos subgrupos divididos consoante a área de negócio. No caso das Caldas existe uma “Power Team” ligada ao sector da construção e outra aos serviços. Importante referir que num mesmo grupo BNI (Business Network International) não podem coexistir dois elementos com a mesma actividade empresarial. “Caso contrário os nossos investimentos estariam menos protegidos, haveria mais rivalidade e questionávamos a quem passar as referências”, nota Yann Alves, membro do BNI Real desde a sua criação e responsável por uma empresa de certificados energéticos.
Graças ao BNI Real, Yann Alves já facturou aproximadamente 25.000 euros. “Entrei para o grupo pois achei o conceito interessante e acreditei que poderia ser uma boa alavanca para o meu negócio, que na altura tinha um ano e meio de actividade. Não me enganei. A minha empresa não estaria tão bem se não fosse o BNI”, realça.
Para o empresário, a adesão ao BNI Real foi “melhor do que investir fortunas em publicidade, pois consegue-se mais facilmente medir o impacto e o retorno do investimento”. Note-se que anualmente os membros pagam uma cota de 500 euros.

VALORIZA-SE O BOM TRABALHO

Na gala de aniversário do BNI Real foi premiado o membro que mais referências deu, mais assíduo, que trouxe mais visitas (pessoas que não pertencem ao BNI e cuja actividade empresarial ainda não está representada no grupo), que mais “agradeceu” em euros e que mais “1 a 1” e formações organizou.
No total, o BNI das Caldas gerou perto de 600.000 euros e em todas as reuniões os empresários apresentam os seus contributos. Isto porque a transparência e o rigor são duas palavras-chave deste grupo, onde também é muito comum que se troquem cartões de visita entre os vários elementos, inclusive de outros grupos.
O objectivo do BNI Real, segundo o presidente Rui Francisco, é que “o grupo aumente pois quanto mais empresários forem maior a rede de contactos o que possibilita mais e melhores negócios”.
“Actualmente precisamos principalmente de empresários ligados à gestão de propriedades, webdesign, comércio de pneus, carpintarias, serralharia e caixilharias de alumínio. É que temos referências para passar, mas não temos a quem”, acrescentou o mediador imobiliário.
O BNI Real faz parte do BNI Centro e Oeste, do qual constam 15 grupos activos (350 empresários) nos distritos de Leiria, Santarém, Castelo Branco e Portalegre. No total existem em Portugal 77 grupos com 1890 membros e em 2015 geraram-se mais de 113 milhões de euros em negócios.

 

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