Nazarenos querem zona exclusiva para pesca do anzol

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Já em Agosto de 2008 a comunidade piscatória da Nazaré se tinha juntado à autarquia local para reclamar a criação de uma zona marítima para a captura através de anzol. A proposta surgiu na sequência de várias reuniões onde foi constituído o Grupo de Trabalho para a Revitalização das Pescas da Nazaré e seguiu, na altura, para a Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura, mas até agora não obteve qualquer resposta. Por isso mesmo, a autarquia nazarena vai voltar a insistir no pedido de criação desta zona junto das entidades competentes.
Os pescadores, autarquia e Câmara pretendem que seja reservada uma zona exclusiva para a pesca do anzol, entre Abril e Setembro, o período temporal em que as condições climatéricas e de mar são as mais adequadas para a actividade. Com a criação da zona, acreditam os proponentes, poder-se-á valorizar o pescado e melhorar os rendimentos baixos da actividade piscatória.
Em 2008, quando foi feita a primeira proposta, o referido grupo de trabalho defendia que a zona exclusiva devia aplicar-se “com coordenadas a definir, e sob um sistema de monitorização e gestão”, à semelhança do que estava previsto no projecto Geopescas, desenvolvido pela Universidade do Algarve. E a proximidade ao Canhão da Nazaré era apontada como uma vantagem, pois além de permitir “uma fauna bastante rica em espécies de interesse comercial”, torna possível pescar a grandes profundidades a curta distância da costa, o que potencia esta arte de pesca. Outros aspectos que os pescadores entendem que devem ser levados em conta são os factos da pesca do anzol ser uma arte tradicional fortemente enraizada na vila e desta ter um baixo impacto ambiental, contribuindo para a preservação dos recursos marinhos.
Tal como em 2008, a nova abordagem às entidades competentes defende que a criação da zona exclusiva de pesca do anzol deve ser acompanhada pela reavaliação do actual sistema de quotas por embarcação, para que os pescadores possam aumentar os seus rendimentos e as capturas se tornem sustentáveis. Recorde-se que a primeira proposta surgiu depois da quota nacional de pescada (na altura fixada em 147 toneladas) ter sido esgotada no início do mês de Maio.

J.F.

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