Ampliaqua combina aquacultura e hidroponia para criar um ambiente sustentável
A AmpliAqua, uma empresa inovadora que combina aquacultura e hidroponia, de forma sustentável, vai instalar-se no Porto da Nazaré. A unidade comercial, cuja primeira fase de implementação representa um investimento de 1,3 milhões de euros, exemplifica como a aquacultura pode adotar práticas mais sustentáveis ao integrar funções inovadoras em matéria de resíduos sólidos.
A unidade da Nazaré oferece um potencial para criar sistemas agroalimentares mais sustentáveis e resilientes, utilizando menos terra, menos água e, ao mesmo tempo, ajudando a mitigar as emissões de dióxido de carbono.
Gonçalo Amorim, fundador e CEO da startup BGI – Building Global Innovators, SA, promotora do projeto, lembrou que mais de 80% do pescado consumido, atualmente, não é de origem selvagem, “tendência que se tem vindo a acentuar”. Na União Europeia trabalha-se para encontrar alternativas para responder à procura e à escassez dos recursos naturais, mas está, também, dependente de fornecedores externos que precisam de fazer esta transição para a sustentabilidade, realçou. “Há aqui um desafio. Precisamos de crescer e temos que ver isto como uma oportunidade de investimento dentro da Europa, com novas unidades de aquacultura, e é nesta área que estamos a trabalhar”, disse Gonçalo Amorim.
O investimento em hidroponia, combinado com o que irá ser a aquacultura, tem grande importância para Sérgio Faias, presidente do Conselho de Administração da Docapesca. Nesta fase inicial, um pequeno laboratório será criado para experimentar várias técnicas, a partir das quais se vai criar conhecimento.
“Com base neste olhar sobre o futuro quisemos criar este cluster da Aquacultura da Nazaré que, na prática, quer agregar um conjunto de outros investimentos que estão aqui a dinamizar-se”, afirmou.
Nesta primeira fase, a implementação do projeto significa um investimento de 1,3 milhões de euros e “irá potenciar a possibilidade de se produzir pescado e aproveitar, num circuito fechado, tudo aquilo que essas águas permitem fazer, produzindo Húmus da melhor qualidade, algas, e fazer a otimização dos processos, reduzindo os consumos de energia e emissão de gases de efeito de estufa, que contribuem para as alterações climáticas”, descreveu Sérgio Faias.
Nesta primeira fase, o projeto deverá criar sete empregos altamente qualificados, prevendo um futuro de produção sustentável e circular, recriando a natureza num ambiente controlado. A segunda fase, que ocupará uma área de 2500 metros quadrados, totalizando um investimento total de 3,2 milhões de euros, previsto para 2025, dará início à fase comercial, estimando-se a entrada no mercado, com produtos frescos, no início de 2026.
Manuel Sequeira, presidente da Câmara da Nazaré, manifestou a sua satisfação por este novo investimento. O autarca considera que o projeto “se integra claramente no cluster de desenvolvimento que temos vindo a defender e que fizemos questão de explanar no programa que sufragámos aos habitantes do nosso concelho”. ■






























