A liderança de empresas é um cargo que continua a ser dominado por homens, mas as mulheres têm ganho, de forma crescente, presença nos lugares de topo das administrações das empresas. Esta é uma realidade que também se aplica ao tecido empresarial da região. No ranking das 250 maiores empresas do Oeste, 13,6% são lideradas no feminino.
Segundo dados da Iberinform, empresa especializada em informação financeira e empresarial, nas 250 empresas com maior volume de negócios da região, 34 têm no principal cargo de gestão uma mulher, seja como presidente, gerente ou administradora.
A proporção nem sequer diminui quando se restringe ao top 10, onde há duas empresas lideradas por uma mulher e a primeira até está no topo, a Rações Valouro, que segundo os dados da Iberinform é presidida por Janete Malaquias.
A quinta maior empresa do Oeste, as Frutas Patrícia Pilar, também têm na liderança a empresária Patrícia Pilar, que além desta empresa tem ainda mais duas nas 250 maiores da região.
Apesar da proporção homens/ mulheres no topo das empresas ser já relevante nas empresas da região, esta continua a ser ainda muito desequilibrada a favor dos homens.
Contudo, alargando o critério aos cargos de chefia dentro das empresas, a tendência será para que os números sejam mais equilibrados. Nas 10 maiores, passam de duas para cinco as empresas com mulheres em cargos de chefia, embora a proporção de homens continue a ser bastante superior aos 50%.
Mais afetadas pela pandemia
A pandemia de covid-19 afetou de forma desproporcionada as mulheres empresárias em todo o mundo, com 87% a afirmar ter sido atingida negativamente, segundo o Mastercard Index of Women Entrepreneurs 2020, um ranking que avalia os melhores países para mulheres empresárias. O fosso digital em termos de género e a pressão das responsabilidades familiares estão entre os fatores decisivos, aponta o estudo.
Nos últimos anos, Portugal entrou no top 10 do ranking dos países mais “amigáveis” para as mulheres empreendedoras. Em 2019 o país saiu desse top para ocupar a 13ª posição e no estudo do ano passado desceu ao 19º posto.
Os dados revelam que, em ano de covid-19, as mulheres portuguesas tiveram menos oportunidades de evoluir no mundo dos negócios, ressalva o estudo, que coloca Portugal atrás de países como Israel — o melhor país para mulheres empresárias — Suíça, Polónia, Reino Unido, Suécia, Espanha, Irlanda e França.
De acordo com a Mastercard, os dados revelam uma “necessidade urgente” de apoiar as mulheres empresárias, que em Portugal representam cerca de 30% dos gestores de topo, de acordo com os dados mais recentes do Boletim Económico do Banco de Portugal.
Um estudo divulgado esta semana pela Zurich Group revela que a possibilidade de ter um posto de trabalho com flexibilidade poderá impulsionar mais mulheres a candidatarem-se a cargos de gestão nas empresas.
Apesar da classificação, Portugal figura na lista de países onde as mulheres têm maior acesso a recursos necessários para iniciar um negócio. No entanto, o estudo aponta “vulnerabilidades” expostas pela pandemia que exigem coragem para “agir em conformidade”, nomeadamente com “medidas de alívio para as PME – como subsídios salariais, regimes de licenças, limites de contribuições e resgates fiscais –, bem como o apoio do Estado aos cuidados prestados às crianças“. ■






























